Alguns jogos se tornam mágicos em sua simplicidade. É o caso de Bloodhound, retro-FPS que está disponível para Windows e Playstation e deve sair em agosto para consoles Xbox. O que temos aqui é uma diversão totalmente descompromissada. Um FPS simples, extremamente básico e sem quase nada de história. Sério mesmo, o jogo tem umas imagens de HQ no começo, e quando você mata a última chefe, ela faz um discurso. Tirando isso, é uma fase depois da outra. Violência atrás de violência. Explosão seguida de explosão. Precisa mais?
REVIEW BLOODHOUND
Quando falamos de retro-FPS, imediatamente pensamos em Doom. Bloodhound é um tanto mais moderno. Eu o compararia a games como Serious Sam ou Painkiller, mas ele tem ainda menos contexto do que estes.
A primeira impressão, na real, é meio ruim. Os gráficos até são interessantes, mas a UI não é bacana e as animações são um tanto primárias. Não demora para o tiroteio começar, no entanto. E quando você começa a atirar, começa também a se divertir.
A estética é bem semelhante à dos fliperamas antigos, cheio de cores brilhantes e chamativas. Isso deixa o jogo sempre agradável de olhar, mesmo não apresentando grande criatividade nos cenários. Em especial, o jogo é muito rápido. Você está sempre atirando e correndo em todas as direções, enquanto os inimigos explodem em poças de sangue e pedacinhos de carne. É uma violência totalmente cartunesca, que não assusta nem minha filhinha. E a intenção é essa mesmo: ser divertido.
MUITO SEXY PARA OS VIDEOGAMES
Um exemplo disso são as inimigas demônias que você estraçalha. Tem vários tipos delas, e todas usam pouca roupa. Ainda assim, embora elas explodam em pedacinhos de carne, os mamilos são censurados em mosaico. Eu achei isso muito engraçado, simplesmente por ser absurdamente bobo. Tipo mamilos são mais polêmicos do que tripas, né?
Bloodhound é um jogo que não perde tempo. Logo no início você já vai ter várias armas e pode alternar entre elas a qualquer momento. As armas também têm ações secundárias, que na maioria delas usa uma segunda igual para fazer mais miséria. É realmente divertido e engraçado usar duas miniguns ao mesmo tempo e ver os inimigos se desfazendo na sua frente.
LEVEL DESIGN
O level design é basicamente linear. Tem algum vai e vem, e você precisa coletar algumas chaves coloridas, mas é tudo muito mais simples do que no Doom antigo. O foco é mesmo no tiroteio, na ação e nas risadas. Os cenários até variam bastante, mas nunca são muito criativos ou detalhados. Como o jogo não tem contexto nenhum, só umas duas dezenas de fases uma depois da outra, não faz tanta diferença.
O foco na ação é claro pelo funcionamento da coisa toda. Quando você está andando no caminho certo, uma neblina aparece na sua frente, e a única forma de fazê-la desaparecer é matando geral. E sim, isso é basicamente o jogo todo. Porém, apesar de ter umas 20 fases, Bloodhound é um jogo bem rápido, que dá para matar em cerca de duas horas.
CHEFES
A única coisa que te dá algum sinal de progresso além de avançar entre as fases é que de vez em quando aparece um chefe na sua frente. O jogo traz troféus para vencer os chefes no Normal e no Hard, e a boa notícia é que você pode jogar no fácil, e mudar para o difícil só no chefe. Se você ficar a batalha inteira no difícil, fatura o troféu mesmo jogando o resto no fácil. Se liga neste vídeo, em que eu mato um dos chefes no hard em poucos segundos.
Nem todo chefe é tão fácil no difícil, no entanto. O último, em especial, eu não consegui matar nem no normal, precisei apelar para o easy para acabar o jogo. E mesmo no easy ele é bem chatinho, o que deixa claro que os desenvolvedores modernos simplesmente não sabem fazer boas batalhas finais.
BLOODHOUND GAME
O lado bom é que apesar do último chefe ter torrado minha paciência, todo o resto do jogo foi muito divertido e agradável. Não pense que Bloodhound vai ser o melhor jogo da sua vida, do ano, ou mesmo da semana. Mas assim como uma refeição em um fast food, ele é totalmente capaz de dar bastante prazer enquanto dura, mesmo que você o esqueça logo em seguida. Eu provavelmente vou esquecer logo, mas tendo jogado tudo em uma manhã, confesso aqui que foi uma manhã bem gostosa.