Antonblast é um jogo delicioso que tem a maior cara e jeitão de jogos de Mega Drive. Tem aquela atitude noventista, cultura urbana, personagens marrentos. Mas ao mesmo tempo tem uma enorme quantidade de explosões e peças móveis que nunca seriam possíveis no 16-bit da Sega.

Review Antonblast

Antonblast, Summitsphere, Plataforma, Delfos

Antonblast é um jogo de plataforma 2D em fases extremamente cinético. Pense em um Sonic mais marrento. Todas suas habilidades envolvem movimento. Ao invés de pulo duplo, você precisa martelar o chão para pular mais alto da segunda vez. Seu ataque tem a ação de um dash. E mais, se você continuar apertando o botão de ataque no timing correto, você continua correndo, através de inimigos e de obstáculos. Antonblast simplesmente não quer que você pare de se mexer.

As fases potencializam isso. Apesar de lineares, são tão grandes que é possível se perder. Além disso, chegar ao final de uma fase inicia a happy hour, um desafio extra e não opcional que te faz voltar até o início com limite de tempo. Não sei como me sinto sobre isso. Não gosto de ter que voltar o caminho, mas o layout fica suficientemente diferente na volta, e o limite de tempo dá ao gameplay um jeitão de speedrun que é até gostoso graças à movimentação bacanuda.

Criatividade

Antonblast, Summitsphere, Plataforma, Delfos

As fases de Antonblast transbordam criatividade, mas talvez isso fique ainda mais claro nos chefes. As batalhas com os chefes trazem usos criativos da sua movimentação, e normalmente usam efeitos que eram o ápice da tecnologia no 16-bit, como zoom e rotação.

Apesar de ter gostado da maioria das batalhas com os chefes, tenho dois problemas. A quantidade deles e a duração das batalhas. Alguns, divididos em vários estágios, felizmente têm checkpoints durante a luta, mas mesmo assim são muito longos. Por outro lado, as fases economizam nos checkpoints, então não é raro voltar muito quando morre.

Antonblast e a ludocinética

Antonblast, Summitsphere, Plataforma, Delfos

Isso tudo culmina em uma última fase longa e difícil, sem checkpoints. É o tipo de coisa que a Nintendo coloca como desafio opcional, mas aqui faz parte da campanha. Adivinha se eu não fui obrigado a desistir na última fase?

Antonblast é um jogo muito gostoso, especialmente para hiperativos como você e eu. Sinto que ele exagera um pouco na frustração, com chefes difíceis e checkpoints limitados nas fases. Mesmo assim, é uma campanha divertida e bastante aprazível, inclusive mais longa do que pode parecer numa analisada por cima.

REVER GERAL
Nota:
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
review-antonblast-poderia-estar-no-mega-driveDisponível: Windows, Switch<br> Analisada: Windows<br> Desenvolvedora: Summitsphere<br> Editora: Summitsphere<br> Gênero: Plataforma 2D<br> Lançamento: 3 de dezembro de 2024<br>