Eu estava realmente animado para jogar Akimbot. Sua inspiração é bastante clara, e está até nos trailers e materiais de divulgação: Ratchet & Clank. Sim, eu sei que eu reclamo com o fato de quase tudo hoje em dia copiar Dark Souls. Mas a coisa desce de forma totalmente diferente quando a fonte da cópia é um gênero subservido. Já temos poucos games de plataforma 3D atualmente, e menos ainda que combinam isso com tiroteio e humor.

REVIEW AKIMBOT

Akimbot, Plaion, Plataforma, Delfos

A verdade é que Akimbot não tem muito que o destaca de sua inspiração. Para todos os efeitos, é um Ratchet & Clank piorado e de orçamento mais baixo, com personagens menos carismáticos. Felizmente, ele ainda assim é muito gostoso, e talvez seu orçamento mais limitado traga bons frutos, como a divisão em fases e o fato de ser totalmente linear.

Quantos jogos nós temos hoje em dia com fases independentes? Nada de interconectividade ou fast travel. Você vai sempre para frente. O caminho é bem claro e quando há mais de um é porque um deles leva a um colecionável. Tudo como os videogames nunca deveriam ter deixado de ser.

HISTÓRIA DE AKIMBOT

Akimbot, Plaion, Plataforma, Delfos

A história de Akimbot é contada através de cutscenes animadas e faladas. Os dois robôs protagonistas são criminosos que escapam da prisão e são intimados a salvar a galáxia. Embora o roteiro traga boas piadas e as interpretações sejam ótimas, os personagens não são muito carismáticos. No começo, o sidekick é bacana e o herói é sisudo e resistente à amizade. Mas depois o herói fica mais padrão e o sidekick fica realmente irritante.

Felizmente, a ação é bem gostosa, com fases muito divertidas que envolvem uma deliciosa combinação de tiro em terceira pessoa com plataforma em 3D. Há bem menos armas do que em Ratchet & Clank, apenas quatro, e bem menos criativas. Todas são bem tradicionais, como metralhadora, sniper, etc. O grosso da ação é o tiroteio e o pula-pula, mas Akimbot também traz uma enorme variação de gameplay.

NAVES, CARRINHOS, STEALTH

Akimbot, Plaion, Plataforma, Delfos

Como um bom jogo linear, o timing é excelente e traz uma enorme variação em seu limitado tempo de jogo. Há momentos, por exemplo, em que você vai para o espaço em uma fase semelhante a Star Fox 64 – outro gênero que considero absurdamente subrepresentado hoje em dia. Em outros, você controla um buggy através de um caminho cheio de explosões e armadilhas.

Akimbot obviamente não é daqueles jogos que dura dúzias de horas, mas faz muito com o tempo que você dedica a ele. Adultos buscam videogames que maximizem o tempo de diversão com pouca enrolação, e isso é o que temos aqui. Perfeito para mim.

MUNDO ABERTO?

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Sidequests? Precisa mesmo?

A coisa começa a esfriar consideravelmente numa fase que parodia mundo aberto. Esta é uma fase em que a história exige uma enorme quantidade de objetivos típicos de sidequests, tipo pegar um certo número de breguetes ou escoltar um personagem até o final. O humor é que o sidekick fica o tempo todo reclamando destes sidequests pentelhos.

Isso não muda o fato de que fazer uma missão de escolta enquanto um personagem fica reclamando deste estilo de design AINDA É uma missão de escolta. Esta fase, que envolve frequentes subidas e descidas num carrinho para explorar um mapa largo e cheio de coisas chatas para fazer, é o ponto em que Akimbot dá sinais de cansaço. Mas ele continua depois disso.

AKIMBOT CONTINUA DEPOIS DISSO

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Aqui tudo que eu falei antes sobre maximizar a diversão começa a ficar um tanto decadente. As fases passam a usar gimmicks pentelhos, como exigir que você fique perto do fogo para não congelar. Além disso, os cenários que nunca foram especialmente bonitos ou trabalhados ficam completamente genéricos e sem graça. Akimbot é um jogo que cai muito em sua segunda metade.

E daí chegamos à performance, e é inegável que o jogo sai em condições inacabadas. O tempo todo, O TEMPO TODO, você vai ter que suportar screen tearing na versão de PS5. É muito feio e distrai muito ter a tela sempre rasgada em alturas diferentes e isso acontece tanto em cutscenes quanto em gameplay.

Para completar as reclamações, embora o jogo rode a maior parte do tempo em 60 fps, ele engasga com muita frequência. Basicamente todas as vezes que você passa por um checkpoint, por exemplo, ele dá uma paradinha de meio segundo, e às vezes isso acontece no meio de um pulo ou tiroteio. Tudo isso é tão incômodo que se eu estivesse jogando no PC acharia que era problema da minha máquina. Mas joguei no PS5, que supostamente deveria vir otimizado. Não dá para pintar de rosa, a performance de Akimbot PRECISA de melhorias nos consoles antes de poder ser uma compra recomendável.

O POTENCIAL NÃO ALCANÇADO DE AKIMBOT

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Certamente há muito aqui a se elogiar. Akimbot chegou a levar nota máxima na minha cabeça antes de resolver fechar em 3,5 dragões vermelhos fofinhos. A base e a proposta são fortes e merecem elogios e possibilidade de iteração. Coloco muita fé que um Akimbot 2 seria excelente.

Mas estamos falando de Akimbot 1, e este é lançado com uma performance não otimizada e uma grande quantidade de fases que nada acrescentam ao jogo. Mais cuidado na otimização e no level design são minhas dicas para o futuro da desenvolvedora Evil Raptor, mas como diria o outro, eu acredito em vocês, meus camaradinhas!