Já faz um tempo, alguns meses, que eu decidi preservar minha saúde mental e parar de jogar e assistir a porcarias e coisas que sei de antemão que não vão me agradar. Mas continuo caindo em ciladas, e Pirates VR Jolly Roger para PS VR2 talvez seja uma das maiores. Não tem como falar outra coisa, este é um dos piores jogos que já joguei e provavelmente é a pior experiência que tive no PS VR2.

PIRATES VR JOLLY ROGER

A proposta – e até a primeira impressão – são legais. Uma aventura de piratas, com gráficos bacanas em um jogo focado em exploração. Mas essa ideia morre bem rápido. Logo coisas estranhas começam a dar as caras, como a inexistência de uma vinheta quando você se movimenta – algo vital para evitar enjoos em VR.

Outro pecado forte em acessibilidade é que não dá para pular as escaladas. Isso é uma jogabilidade que só existe em VR e que é terrível de jogar. Eu já as pularia só por ser algo extremamente chato, mas a verdade é que fazer isso causa um enjoo insuportável.

Então Pirates VR Jolly Roger já demonstra nos primeiros minutos que faz questão de induzir ao vômito. Será que compensa isso com um gameplay bacanudo?

NÃO

Eu joguei até a terceira fase. A primeira fase é quase exclusivamente escaladas. A segunda envolve procurar coisas e resolver quebra-cabeças. Nenhuma delas empolga, e travar em Pirates VR Jolly Roger é algo frequente, simplesmente por não ser claro no que você precisa fazer. Você já precisou ter que tirar o headset de VR para procurar um vídeo de walkthrough? Não é legal.

Um exemplo, logo no início, seu papagaio guia estaciona perto de um baú e diz que você não vai conseguir abrir sem uma ferramenta. Que ferramenta? E onde encontrá-la? Pois você precisa ir nadar numa parte muito específica do mar pra achar uma cabeça de picareta, que pode ser encaixada em um pedaço de pau encontrado na areia.

Na segunda fase, há um labirinto aquático e depois que você encontra o caminho, o papagaio fala que você precisa de um machado. Onde vou achar um machado? Pois então, volte para o labirinto para encontrar, novamente, um pedaço de pau e uma cabeça de picareta. Não machado, picareta.

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A gota d’água.

Até aí eu não estava curtindo nem um pouco, mas estava persistindo. A gota d’água mesmo veio no capítulo três. Um monte de esqueletos começam a vir e você não tem carga na lanterna, sua única defesa, para fazê-los sumir. Felizmente – ou não – tem uma arma de fogo próxima. Mas correr até a arma te deixa preso na sala com um monte de inimigos que demoram muito para parar de vir.

Caso você consiga sobreviver, o próximo quebra-cabeça envolve explorar a prisão escura para pegar engrenagens que consertam a porta quebrada. Os esqueletos continuam vindo, com alguma frequência e em grande quantidade. E a jogabilidade do combate é péssima. Não existe mira na tela e os inimigos podem morrer com um headshot ou com um monte de tiros em qualquer outra parte do corpo. Para piorar, você consegue dar um tiro a cada oito segundos, e os esqueletos te batem muito mais rápido. Então a não ser que você acerte apenas headshots, é impossível sobreviver.

Depois de usar muitos recursos e explorar muito, eu encontrei a segunda engrenagem necessária atrás de uma porta trancada. Pois imediatamente esqueletos vieram e me mataram. O checkpoint ficava quando peguei a engrenagem, certo? Errado. Ficava lá no começo da fase, na sala que abrigava a arma. Tem gente reclamando deste capítulo totalmente quebrado desde janeiro e aparentemente isso não será resolvido. Parar de jogar com raiva um dos jogos mais irritantes que já joguei não é algo que queria para hoje, mas é um final apropriado para esta experiência totalmente quebrada e desequilibrada. Caso não esteja claro, você não quer jogar Pirates VR Jolly Roger, tá? Melhor enfiar uma furadeira no olho.