Animação stop motion é a forma mais romântica de animação. Talvez por ser quase totalmente artesanal, talvez por ser a única forma que não exija a imaginação fértil da infância para vermos bonequinhos se mexendo depois que nos tornamos adultos e não tenhamos mais a imaginação de uma criança.
Piratas Pirados é o mais novo filme daquele que talvez seja o estúdio de animação stop motion mais rentável da história, o mesmo que nos trouxe Wallace & Grommit e Fuga das Galinhas. E, infelizmente, a técnica de animação é justamente o principal atrativo.
Aqui conhecemos a história de Capitão Pirata, um capitão pirata (rá) que sonha em ganhar o prêmio de pirata do ano. O problema é que ele não é lá muito temível. Mas daí ele conhece Charles Darwin (aquele mesmo, o amigo do Tio_Zé), que descobre que o papagaio de estimação do Capitão não era exatamente um papagaio, mas um bicho muito mais valioso.
Além do visual excepcional, temos algumas tiradinhas bem legais, especialmente as participações especiais de “personalidades” do século XIX, como o cientista Victor Frankenstein ou o Homem Elefante. Também ri bastante toda vez que o “pirata surpreendentemente voluptuoso” aparecia.
Infelizmente, apesar de algumas boas piadas, o filme nunca sai da categoria “simpático” para se tornar algo realmente especial. Eu diria que ele é muito infantil, mas nem meu sobrinho, que me acompanhou à cabine, deu risadas ou gostou do filme. E estou falando do mesmo garoto que se divertiu pra caramba na sessão de Smurfs. Assim, talvez realmente falte inspiração para Piratas Pirados.
É uma pena, pois o tema rendia. Temos curiosamente poucos piratas na cultura pop atual (basicamente só aqueles que moram no Caribe), e essas histórias de capa e espada têm potencial para ser diversão de primeira. Assista apenas se for fã do estúdio Aardman ou de stop motion em geral, pois como filme mesmo, temos opções melhores, mesmo para crianças pequenas.