Piratas do Caribe – No Fim do Mundo

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Quem diria que um brinquedo de parque temático iria gerar uma das franquias mais divertidas e lucrativas do cinemão hollywoodiano? Contrariando todas as expectativas, o primeiro filme da série, Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra, surpreendeu fazendo muito sucesso. Também, a película era mesmo muito divertida.

Quatro anos e muitos milhões de dólares depois, chega agora aos cinemas a terceira parte, Piratas do Caribe – No Fim do Mundo, concluindo (ao menos por enquanto) a saga de Jack Sparrow e seus amigos. E já vou logo falando, este é o melhor dos três, na modesta opinião deste escriba.

Retomando a história do ponto em que havia parado no capítulo anterior, O Baú da Morte, vamos à sempre aguardada sinopse. A Companhia das Índias Orientais, sob o comando do frio Lorde Cutler Beckett (Tom Hollander), está massacrando todos os piratas que vê pela frente, graças a uma união à força com Davy Jones (Bill Nighy) e seu barco, o Holandês Voador (ou Flying Dutchman, já que as legendas não traduzem o nome da embarcação).

O ressuscitado Barbossa (Geoffrey Rush) acredita que o único meio de detê-los é fazer com que os piratas se unam, através de uma confraria entre os nove piratas mais tremendões dos sete mares. O problema é que Jack Sparrow (Johhny Depp) é um desses. E desde que foi engolido pelo Kraken no filme anterior, está numa espécie de limbo, no tal fim do mundo do título. Então, resgatá-lo é essencial para que a pirataria não desapareça da face da Terra. Aí… bem, acho que já deu pra ter uma idéia de como é a trama. Contar mais poderia estragar alguma surpresa.

E aí dá-lhe cenas de ação adrenalinescas de primeira e muito, mas muito humor. Este também é o exemplar mais engraçado dos três. E é claro, o grande responsável, não só pelo humor, mas por todo o sucesso da franquia é mesmo Johnny Depp. Fala sério, você consegue imaginar outro ator na pele de Sparrow? Com certeza os filmes não seriam a mesma coisa sem ele. Neste No Fim do Mundo ele está ainda mais tremendão. Basta dizer que depois do tempo que ele passou no limbo, Jack está mais biruta do que nunca.

A química com Geoffrey Rush é outro ponto de destaque. As discussões entre Sparrow e Barbossa sobre quem é o capitão do Pérola Negra geram momentos impagáveis.

Já o tempo de tela de Keira Knightley (de Orgulho e Preconceito) e Orlando “lá vêm essas aspas de novo” Bloom (Tudo Acontece em Elizabethtown) diminuiu consideravelmente, principalmente para este último. Parece que o diretor Gore Verbinski resolveu escancarar que o astro da coisa toda é mesmo Depp. E, cara, como a Keira Knightley está feia e magrela! Dá até medo.

Todos os coadjuvantes bacaninhas, como aquele cara do olho de vidro, estão de volta, e cada um tem o seu momento de tela. Quem estréia nesta parte é Chow Yun-Fat (de O Tigre e o Dragão), como o capitão Sao Feng, o bucaneiro bam bam bam em Cingapura e um dos nove lordes da pirataria. Mas, no entanto, isso é uma pequena decepção, pois seu papel é muito pequeno, quase uma ponta.

E já que falei em ponta, quem faz de fato uma ponta é Keith Richards, o lendário pirata, ops… guitarrista dos Rolling Stones, como o responsável pela legislação da confraria dos nove. A essa altura, todos sabem que Depp baseou sua performance de Jack Sparrow nele, mas ainda assim é bem engraçado vê-lo, de fato, todo caracterizado como bucaneiro.

Quanto à parte técnica, só uma palavra: primorosa. Fotografia, figurinos, maquiagem, cenografia e som estão irretocáveis. Aliás, eu recomendo expressamente que esse filme seja visto numa sala de cinema com uma tela enorme e um sistema sonoro de primeira, para melhor apreciar esses atributos.

Os efeitos especiais também são um show à parte, culminando no ponto alto do filme, uma batalha entre o Holandês Voador e o Pérola Negra no meio de um redemoinho. Como já disse antes, de ação este filme também está muito bem servido. São 168 minutos tão dinâmicos que parecem apenas 90.

Ora, mas se tudo está uma maravilha, cadê o Selo Delfiano Supremo? Pois é, na verdade quase tudo está uma maravilha. O roteiro, cheio de reviravoltas (mas cheio mesmo!), gera muito humor a partir delas, mas às vezes acaba ficando meio confuso com tantas viradas de jogo. E também não é explicado o que aconteceu com o Kraken. Ele aparece, mas não do jeito esperado. E isso é tudo o que posso dizer sobre isso sem mandar um spoiler lazarento.

E agora, um serviço de utilidade pública: não saia da sala antes de terminarem os créditos finais. Há uma cena depois deles. Posto isso, Piratas do Caribe – No Fim do Mundo fecha com chave de ouro a trilogia. Se haverá outros filmes da série, isso só depende da vontade de Johnny Depp. Eu espero que sim. Enquanto não sai um comunicado oficial sobre isso, só posso dizer mais uma coisa: já para o cinema, bucaneiro!

Momento “reclamação não relacionada ao filme”: Houve 45 minutos de atraso para o início da cabine. E isso, para um filme de duas horas e quarenta e oito minutos de duração. Ou seja, fiquei grudado na poltrona nada menos que 213 minutos. Sério, eu quase entrei em simbiose com a bichinha!

Aguardar cinco minutos pelos retardatários, tudo bem, 10, ainda é tolerável, mas 45 é muita falta de respeito com quem chegou no horário marcado. PQP, por que marcam um horário X se nunca cumprem, catzo? E pensar que eu poderia usar esse tempo desperdiçado para dormir mais um pouco. (Nota do Corrales: o pior é que normalmente esses atrasos são feitos para esperar pelos jornalistas dos grandes veículos. E eles sabem que as distribuidoras fazem isso, então estão SEMPRE atrasados).

Ah, e se não bastasse isso, ainda rolou um problema de foco bem no clímax do filme que durou até o final. O meio da tela ficava em foco, mas os cantos não. Como você pode perceber, o filme foi muito divertido, já a cabine foi outra história.

Curiosidade:
Piratas do Caribe – No fim do Mundo será lançado em 769 salas do Brasil com 679 cópias (a maior abertura da Disney no país). São 314 cópias dubladas e 365 legendadas.

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Nota
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Alfredo De la Mancha
Alfredo é um dragão nerd que sonha em mostrar para todos que dragões vermelhos também podem ser gente boa. Tentou entrar no DELFOS como colunista, mas quando tinha um de seus textos rejeitados, soltava fogo no escritório inteiro, causando grandes prejuízos. Resolveu, então, aproveitar sua aparência fofinha para se tornar o mascote oficial do site.
piratas-do-caribe-no-fim-do-mundoPaís: EUA<br> Ano: 2007<br> Gênero: Ação<br> Duração: 168 minutos<br> Roteiro: Ted Elliott e Terry Rossio<br> Artista: 12 anos<br> Diretor: Gore Verbinski<br> Distribuidor: Buena Vista<br>