Maninho, deve fazer mais de ano que eu espero por este filme. Eu vi o trailer em uma cabine um tempão atrás e achei maior legal. Só que, com tantos filmes de bichinhos saindo nos últimos meses, admito que eu nunca tinha certeza qual deles era o que eu queria ver. Então… era este.
Pets – A Vida Secreta dos Bichos é um título horrível (achou que eu ia fazer a sinopse agora, né? Daqui a pouco, delfonauta, daqui a pouco). Por que não simplesmente “A Vida Secreta dos Bichos”, que tem uma cadência bem melhor? Ou, se a matriz gringa exige a utilização da palavra Pets, me parece que a “A Vida Secreta dos Pets” vai fazer mais sentido na cabeça do brasileiro médio que não fala inglês do que, sei lá, Batman Begins.
Mas vamos, agora sim, ao filme. Ao contrário do que o trailer e o nome podem indicar, Pets não foca na vida secreta nos bichos, nas confusões que eles aprontam quando não tem ninguém olhando.
Ele até começa seguindo por este caminho, e nesse trecho tem ótimas piadas e um nível de fofura absurdo. É uma pena que não siga por aí. Se esta proposta em si já lembra bastante Toy Story, a coisa chega a níveis ainda mais desconfortáveis de semelhança quando a dona de Max, o cachorro protagonista, chega em casa com um novo dog. É impossível não lembrar de Woody e Buzz na relação que Max e Duque, o novo amigo, desenvolvem ao longo do filme.
Mas ele não foca apenas nisso. Durante um passeio, os dois au-aus acabam se separando do grupo, e com isso começam a correr perigo e se envolver em altas confusões. Daí a narrativa se separa. Em parte, ficamos com Max e Duque acompanhando os problemas que eles têm que encarar. Do outro lado, temos a turma dos amigos de Max, que fazem uma força-tarefa para encontrar o perdidão. E sabe o que isso lembra? Procurando Nemo, e não parece coincidência.
Pois é, eu sei que a Pixar é referência no mundo da animação, e é óbvio que qualquer outro estúdio é comparado a ela e visa atingir a mesma qualidade. Porém, não é copiando na cara dura que vão conseguir fazer um novo longa alcançar o sucesso de Toy Story e Procurando Nemo.
É justamente por focar na aventura que Pets peca. Quando desenvolve os cachorrinhos e outros bichos, mostrando as coisas que acontecem sob uma lógica mais humana, ele realmente brilha. Cachorros são os cartoons da natureza, afinal de contas, o que os torna uma fonte de boas piadas quase infinita. E isso o tornaria não apenas mais engraçado, mas também mais divertido e único do que simplesmente apresentando uma aventura sem nada especial a não ser o fato de os protagonistas serem fofas bolinhas de pelo.
Apesar de não empolgar, no entanto, há boas piadas e o nível de fofura é capaz de rivalizar com Wall-E. Muitas vezes você vai rir só porque o negócio é tão absurdamente fofo que o corpo não consegue reagir de outra forma. E isso é legal.
Pets – A Vida Secreta dos Bichos só não é um filme nada porque me fez rir bastante ao longo de sua projeção. Só que também não leva uma nota realmente boa porque ele também me deixou entediado durante um bom tempo. E olha que é super curtinho. Assim, quem gosta de bichinhos e quer ver uma aventura estrelada por nossos amigos peludos, pode se divertir, mas é racional baixar um pouco as expectativas criadas pelo trailer.
CURIOSIDADE:
– Antes do prato principal rola um curta bem curtinho no qual os Minions resolvem virar jardineiros. É basicamente um showzinho de trapalhadas. Um bom aperitivo para a sessão, mas é tão curto e simples que não rola falar muito mais dele.