Resenhar filmes de criança é uma tarefa complicada. Ok, eu gosto de vários desenhos voltados a esse público e do gênero Sessão da Tarde como um todo. Porém, também é inegável que os clichês mais peludos moram justamente por aí. Mas crianças não se importam com clichês. Aliás, leva um bom tempo até elas verem que todos esses longas contam a mesma história com algumas diferenças… Assim, como fazer?
Antes de avaliarmos as qualidades e defeitos de Pequenos Invasores, convém situar o leitor quanto à sua história. Já pensou se, enquanto os adultos estão assistindo TV, as crianças que estão brincando de impedir uma ameaça alienígena realmente estivessem lutando contra bichinhos verdes de outro planeta? Pois então, os roteiristas Mark Burton e Adam F. Goldberg pensaram nisso. E fizeram um filme com essa ideia.
Comecemos pelas qualidades. Tem umas piadas legais aqui, cheias de nerd pride. As melhores cenas são aquelas protagonizadas pelos “zumbis”, pessoas com a mente sendo controladas pelos apetrechos alienígenas. Já pensou sua vovó dando shouryukens, facão e vários outros golpes tirados diretamente de Street Fighter? Pois aqui você vai ver isso. E convenhamos, não dá para não rir com as desventuras (e a cara de bobo) do “zumbi” Rick.
Porém, Pequenos Invasores é um longa safado. Apesar de seguir uma ideia bonitinha, a história e os personagens são os mais básicos e óbvios possíveis. Temos o nerd, temos a menininha romântica e, até entre os vilões, temos aquele que vai reconhecer o valor da humanidade. Blé!
Além disso, a quantidade de product placements por aqui beira o absurdo. Em todo momento tem alguém bebendo refrigerante, jogando um certo videogame portátil ou fazendo alguma referência sobre a superioridade dos videogames Nintendo.
Isso tudo dá a maior cara de que isto é mais caça-níquel do que os últimos jogos da série Guitar Hero. Usa suas poucas boas ideias e piadas para divertir e torce para você não reparar que não está vendo cinema, mas um comercial que exige um pagamento para ser assistido. Se você tem menos de sete anos, pode se divertir, mas se já passou dessa idade, fique com as maravilhas da Pixar. Essa sim, consegue fazer rios de dinheiro com o que realmente importa: qualidade.
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