Eu não gosto dos irmãos Farrelly. Acho o humor deles xulo e grosseiro, não raro apelando para o escatológico. E, quando não é escatológico, é simplesmente cruel, como no caso de O Amor é Cego. Por causa disso, é quase como uma penalidade para mim sair de casa para ver um filme deles. Mas Passe Livre até que não é tão ruim.
Owen Wilson e Jason Sudeikis são casados com as bonitonas Jenna Fischer e Christina Applegate. Mas, como todo homem, sentem falta do tempo em que saíam por aí pegando todas as garotas, mesmo que isso nunca tenha acontecido. As moças, boazinhas que só, acabam dando para eles um Passe Livre para espalhar o terror por uma semana. Está armado o setup para altas confusões.
Obviamente, eles não vão espalhar o terror coisa nenhuma. Livres da culpa da traição, eles se veem limitados por sua própria incapacidade em cortejar moçoilas. E daí vem a graça do filme. Enquanto isso, as mulheres também acabam sofrendo suas próprias tentações e, como todo mundo sabe, para elas é bem mais fácil arranjar “opções”. Dessa forma, Passe Livre é um filme bem realista.
Admito, é também engraçado em alguns momentos e bonitinho em outros, além de ter algumas mulheres realmente lindas (aquela babá é a nova número um na minha lista de mulheres com quem eu faria miséria).
Ainda assim, como todos os outros filmes dos irmãos Farrelly, não empolga em nenhum momento e consegue estragar algumas boas cenas com piadas escatológicas das quais só um estadunidense imbecil conseguiria dar risada (uma mulher fazendo cocô na parede por causa de um espirro, irmãos Farrelly? Sério?).
Peter e Bobby Farrelly são os especialistas das comédias que não exigem cérebro e que não merecem ser vistas no cinema. Como todos os outros filmes dos dois, pode servir como diversão ao ser assistido na TV, mas quem for no cinema vai se sentir tão roubado quanto quem pagou o ingresso 3D para ver Fúria de Titãs.