Nos últimos dias, eu venho acompanhando a temporada mais recente de Orange Is the New Black, e tem uma coisa que me incomoda há anos. Ela nunca fica realmente tensa.
A culpa não é da série. Ela é claramente uma comédia, e se dá bem nisso, afinal, ela me faz rir com frequência. Mas sei lá, algo relacionado a sua temática e mesmo aos assuntos abordados faz com que meu cérebro fique esperando que tudo dê uma virada para um suspense ou um drama mais pesado.
Afinal, estamos falando de uma série que acontece em uma prisão. Sim, é uma prisão feminina de segurança mínima. Ainda assim, temas sérios como estupro, racismo e uso de drogas são abordados com frequência.
Cada vez que isso acontece, as vozes na minha cabeça falam “olha só, agora vai”. Mas não vai. Nunca vai. Simplesmente não é a intenção dos roteiristas, mas eu sinto que, por causa disso, algo fica sempre faltando.
REBELIÃO
A temporada atual lida com rebelião. As prisioneiras estão reivindicando coisas bastante eloquentes, como respeito, educação e justiça para uma colega assassinada. Temática pesada, mas abordada de forma leve e divertida, recheada de piadas e situações como duas detentas que criam um canal no Youtube e outras que ficam abaixando as calças de todo mundo. Rola até um strip tease masculino aí no meio.
Isso é algo que martela minha cabeça já há um tempo, e entre o lançamento da temporada anterior e a atual, eu fui atrás de uma série antiga da HBO chamada Oz. Nela, acompanhamos o dia a dia de uma prisão masculina de segurança máxima. E esta não é comédia. Esta sim é um drama bem pesado.
Curiosamente, boa parte dos temas abordados por Orange Is the New Black também são abordados em Oz. Uma rebelião dos prisioneiros, por exemplo, é algo que acontece nas primeiras temporadas de Oz, embora ela seja resolvida mais rapidamente do que em Orange.
Oz também se destaca pela quantidade de gente que eles matam. É incrível como em quase todo episódio parece morrer alguém importante. No primeiro, inclusive, morre o que você poderia pensar que seria o protagonista da série.
CIDADE ESMERALDA
São abordagens bem diferentes para assuntos semelhantes, e ambas as séries têm seus predicados. Eu recomendo assistir às duas se o assunto interessa, mas se Oz nos deixa com medo de ser presos, pensando que aquilo é um inferno, Litchfield simplesmente não parece ser assim tão ruim. Pelo menos lá o sexo é sempre consensual.