Maggie (Greta Gerwig) está naquela fase onde o relógio biológico está pedindo que ela tenha um filho. Mesmo estando solteira, ela vai em frente com este objetivo, e as coisas se complicam ainda mais quando ela conhece John (Ethan Hawke), que parece perfeito para ela, não fosse o pequeno empecilho de ele já ser casado.
Pela sinopse acima, você não estaria dando um chute muito fora do gol ao dizer que se trataria do enredo de uma comédia romântica. Afinal, esta é justamente a graça de O Plano de Maggie, o qual está mais para uma dramédia do que para uma comédia romântica propriamente dita, mas subverte a trama clássica desse gênero que nós machos peludos e insensíveis tanto amamos odiar.
Afinal, ela ganha o carinha. E não, isso não é um spoiler. Tudo isso acontece no primeiro ato. A graça é que, diferente de uma comédia romântica tradicional, onde, ao roubar o marido da rival, os créditos sobem e você acredita que eles viveram felizes para sempre, a coisa aqui se escora mais próxima da realidade.
Após alguns anos juntos, ela percebe que a relação não está legal e que ela ficaria muito mais feliz apenas com a companhia de sua filha, sem John na jogada. Percebendo que ela cometeu um big mistake, ela traça então um plano para literalmente devolver John para a ex-mulher (Julianne Moore), que ainda gosta dele. E este, delfonauta, é O Plano de Maggie.
Pois é, essa pegada mais sincera, admitindo que nem todas as relações dão certo, é o grande diferencial no filme, que no geral também lembra bastante um trabalho do Woody Allen, principalmente por ser levado pelos diálogos e pelos personagens serem todos meio intelectuais.
Porém, um trabalho menor, é preciso dizer. Pois embora seja agradável de se assistir, ele não arranca muitas risadas e é um tanto esquecível. Sendo bem sincero, está mais para um filme nada, mas como ele matou pouco mais de uma hora e meia de forma bem competente, fazendo o tempo passar voando, em minha benevolência acabei concedendo meio Alfredo a mais.
Verdade que a medida que me aproximo do final desta resenha, já me recordo pouca coisa dele, mas ainda assim diria que cumpriu bem seu papel. Para quem gosta de filmes focados em relacionamentos, e que neste caso não toma os caminhos óbvios, e com uma pegada “woodyalleniana”, até que vale uma assistida. Não no cinema, mas em casa, debaixo da coberta, acompanhado de sua cara metade.