O Novo Mundo

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O diretor Terrence Malick, com toda a certeza é um cara que não conhece o significado da palavra “síntese”. O filme que fez antes desse, chamado Além da Linha Vermelha, tinha quase três horas de duração, mas que pareciam dez, tamanha a chatice. Lembro bem que, quando o vi, nos últimos vinte minutos de filme, a cada fade out, mal a imagem se escurecia por completo na tela e já tinha gente que levantava para ir embora. O filme, entretanto, continuava e os espectadores se viam obrigados a sentar novamente só para não saírem antes do fim.

Nesse O Novo Mundo, mesmo sendo um pouco mais curto, a demora e a lentidão que Malick leva para contar uma história simples, incomodam mais ainda que em seu filme anterior. Poxa, é de se compreender um filme enorme como O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei, caso em que o enredo é repleto de acontecimentos essenciais que não podem ficar de fora e, portanto, o filme passa mesmo de três horas, mas alguém percebe isso? Não. Eu, pelo menos, só percebi quando tive chamados urgentes da minha bexiga para ir ao banheiro. Mas acho revoltante um filme ser longo por puro virtuosismo do diretor. Se tudo o que tinha a ser dito, já o foi, suba os créditos finais e pronto.

Acho que é uma falta de respeito com o espectador, ora bolas! Que esse louco assista seu filme de 4 horas sozinho e não o jogue no circuito comercial, ainda mais com um cartaz que leva o público a acreditar em uma obra cheia de ação e batalhas, quando, na verdade, não passa de uma indiazinha correndo pelo mato com a voz do narrador dizendo: “Quem é você? Esse mundo que eu achava que era uma utopia, de fato existe!” Maior propaganda enganosa! Um afronte!

E o pior é que isso se repete uma vez, duas e, quando se está cansado de escutar a voz de Colin Farrell, eis que surge Christian Bale (o Batman), para continuar a narração (eu, para falar a verdade já tinha até esquecido que o filme tinha a participação dele, até que, de repente, ele apareceu).

Talvez, pelo fato da Academia ter indicado Além da Linha Vermelha em 7 categorias, no ano de 1999, Terrence Malick tenha achado uma boa idéia repetir a mesma fórmula, apenas alterando o contexto da 2ª Guerra para a exploração dos Estados Unidos pelos ingleses, na época do descobrimento. Se o primeiro mostrava orientais sendo mortos enquanto a narração de Jim Caviezel (o Cristo) questionava a guerra, o segundo é a mesma coisa, só que com índios e as narrações de Farrell e Bale.

O Novo Mundo foi um desperdício em todos os sentidos: bons atores, boa produção de época, boa trilha sonora, enfim, tudo jogado fora pelas mãos de Terrence Malick. Para o público, um desperdício de tempo. Só quero ver quem será o louco a dar dinheiro para o próximo filme desse cara. Ô diretorzinho chato!

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Nota
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Alfredo De la Mancha
Alfredo é um dragão nerd que sonha em mostrar para todos que dragões vermelhos também podem ser gente boa. Tentou entrar no DELFOS como colunista, mas quando tinha um de seus textos rejeitados, soltava fogo no escritório inteiro, causando grandes prejuízos. Resolveu, então, aproveitar sua aparência fofinha para se tornar o mascote oficial do site.
o-novo-mundoPaís: Estados Unidos<br> Ano: 2005<br> Gênero: Drama<br> Duração: 150 minutos<br> Roteiro: Terrence Malick<br> Produtor: Sarah Green<br> Diretor: Terrence Malick<br> Distribuidor: Playarte Pictures<br>