Tam-tam-tam-TAMTAM! Essas cinco batidas são capazes de arrepiar os fãs de filmes pintudos de ação ao redor do mundo. Convenhamos, O Exterminador do Futuro 2 está entre os melhores longas da história e é o posterboy do gênero Testosterona Total. E depois de uma terceira parte mais feita nas coxas, o orçamento bombado e o elenco famoso levaram os fãs – eu incluso – a acreditar que O Exterminador do Futuro: Salvação teria uma qualidade próxima à sua segunda parte.
Quanto maior a expectativa, maior a queda? Poxa… tipo, a queda foi bem alta, mas até que não foi tão dolorida. T4 não é, de forma alguma, um filme ruim, mas eu achei que ficou devendo muito para T2. Saca a sinopse:
Tudo começa no passado, quando um assassino (Sam Worthington) doa seu corpo para a ciência. No futuro, ele ressurge como um exterminador sem memória. Logo, ele conhece um adolescente chamado Kyle Reese (Anton Yelchin, que tem a voz e a aparência do Michael J. Fox). Infelizmente, o pimpolho é raptado pelas máquinas e o exterminador bonzinho decide ir atrás de John Connor (Christian “eu bato na mamãe e na minha irmãzinha” Bale).
Pela sinopse, você já pode sacar um dos principais problemas do longa: João Corno é um coadjuvante de luxo. Manja os vilões dos filmes do Homem-Aranha, que só estão lá para o troço não virar um romance água com açúcar? Pois John Connor só está aqui para ter alguma ligação com a franquia Terminator. Sim, você leu certo, ele aparece bem pouco e normalmente é como apoio a Sam Worthington, o verdadeiro protagonista. E isso foi deveras brochante para um fã da série como eu.
Outro lado negativo é a ausência de humor. Muita gente lembra da segunda parte por causa dos efeitos especiais, mas eu lembro dela por causa do humor afiado. Tipo “você não pode matar pessoas”, daí ele vai atirando na perna de todo mundo, manja? Essas cenas são o que deram a O Exterminador do Futuro 2 uma cadeira cativa no meu coração porque, no final das contas, se eu quiser ver metal derretendo, eu posso simplesmente pegar um isqueiro e uma colher. Tá, eu sei que os efeitos revolucionaram na época, mas o que quero dizer é que não é isso que torna um filme especial na cabeça das pessoas. Certamente não na minha.
Tem algumas piadas aqui, mas em nenhum momento você tem a mesma conexão com o John Connor de Christian Bale quanto com o de Edward Furlong. E o bom e velho Schwarza é muito mais legal e divertido do que Sam Worthington jamais será. Falta carisma, falta simpatia. Aqui Connor é só um guerreiro atormentado. E precisava mesmo ter mais um exterminador bonzinho?
Cobrimos as decepções, então falemos das partes boas. A primeira delas é a mais importante: explosões! Se você é como o Guilherme e julga se um filme é bom ou não pela quantidade de explosões, prepare-se para o melhor longa da história. Eu não via explosões tão grandes e em tanta quantidade no cinema desde… bem, acho que eu nunca tinha visto tantas explosões em tão pouco tempo.
As cenas de ação não-explosiva também são igualmente detonantes. Prepare-se para ver mototerminadores, naves, perseguições e até robôs gigantes na melhor tradição Jaspion. Gigante guerreiro Daileon! Ô-ô, galaxy!
Fãs vão gostar de ver as referências aos anteriores. No fate but what we make, come with me if you wanna live, I’ll be back e até You Could be Mine fazem aparições. Só faltou mesmo, inexplicavelmente, o hasta la vista, baby.
Contrariando todas as expectativas, O Exterminador do Futuro: Salvação não é um testosterona total. Trata-se de um filme de guerra bem tradicional, com algumas poucas referências aos filmes anteriores. Por causa disso, embora não seja de forma alguma, um mau filme, me decepcionou bastante. É bom, mas com outro nome, com certeza levaria uma nota mais alta. Porém, fazendo parte desta franquia, 3,5 está de bom tamanho. Acho que agora vou lá no canto me encolher em posição fetal enquanto lembro da época que o Schwarzenegger era legal.
Curiosidades:
– Considerando que a franquia não envolve mais robôs sendo enviados do futuro, o título brasileiro perdeu o sentido, não acha?
– O exterminador do primeiro longa, o T-800, aparece rapidamente aqui. Mas não se engane, trata-se de Roland Kickinger. A cara do Schwarzenegger foi incluída digitalmente.
– Aqui vemos o Batman pegando a Gwen Stacy. Isso mexe com a sua cabeça, cara!
– Aliás, a Bryce Dallas Howard estava grávida quando fez esse filme ou a barriga dela é daquele jeito mesmo? Tipo, ela não parece estar gorda, apenas barriguda, exatamente como as moças ficam quando estão esperando pimpolhos. Achei até que o John Connor tinha engravidado ela no filme, mas nada é falado sobre o assunto.