O Escritor Fantasma

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Foi este o filme que fez emergir recentemente a velha polêmica sobre o Roman Polanski, o cineasta que foi condenado por estuprar uma menina de 13 anos e que conseguiu fugir da pena simplesmente viajando para a França (quem diria que era fácil assim, não? É estranho que os números de estupradores entrando na França não tenha aumentado depois disso).

De qualquer forma, vou analisar o filme como se ele fosse de um diretor honesto. Afinal de contas, a arte não pode ser avaliada por gostar ou não da vida pessoal de um artista. Agora se você também pretende estuprar uma menor de idade e fugir do julgamento, neste link você encontra detalhadamente a tática Roman Polanski para isso.

Em O Escritor Fantasma, conhecemos o personagem de Pereba McGregor, que é contratado para escrever a autobiografia (é… eu sei…) de um político interpretado por Brosnan, Pierce Brosnan. O problema é que o político em questão está sendo investigado por crimes de guerra e tem muita, muita gente que não gosta dele. Ah, e o escritor fantasma antecessor foi assassinado. As coisas de fato não parecem boas para o McPereba.

A história é bem interessante e tem várias cenas que são simplesmente sensacionais, como a da balsa, para citar um exemplo. Infelizmente, em muitos momentos, o roteiro segue um caminho extremamente óbvio e clichê, como o escritor tendo relações sexuais com a esposa do político, da forma mais “só para constar” possível. Isso não afeta a história de forma alguma e é o tipo de coisa que você sabe que vai acontecer desde o começo, mas fica torcendo para não rolar apenas para ter uma prova de que ainda existe vida criativa no cinema. A prova, claro, nunca vem, pelo contrário. E o final é simplesmente decepcionante. Não dá para não pensar que renderia muito mais.

Além disso, a narrativa também tem alguns problemas e chega a ser confusa e arrastada em alguns momentos, o que me lembrou aquele que é, possivelmente, o maior clássico do estuprador cineasta, O Bebê de Rosemary.

Aliás, é possível fazer um bom paralelo entre O Bebê de Rosemary e esse. Ambos são bons filmes de suspense com ótimos momentos e merecem ser assistidos. Mas ambos também são bastante irregulares e não cumprem o que prometem, ficando bem abaixo do seu potencial. De qualquer forma, vale o ingresso.

Curiosidade:

– Um high five telepático para o primeiro delfonauta que encontrar o Jim Belushi neste filme.

– Você já viu algo mais assustador que a cabeça voadora do Brosnan, Pierce Brosnan no pôster ao lado?

REVER GERAL
Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
o-escritor-fantasmaPaís: Alemanha<br> Duração: 128 minutos<br> Roteiro: Robert Harris<br> Elenco: Ewan McGregor, Kim Cattrall, James Belushi e Brosnan, Pierce Brosnan.<br> Diretor: Roman Polanski<br> Distribuidor: Paris<br>