O Despertar

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Pronto. Ainda antes do fim de janeiro (esta cabine aconteceu no dia 27/1) já temos a primeira bomba do ano. Odin, tende piedade de mim!

O Despertar é estrelado pela Rebecca Hall. Você se lembra dela como a Vicky. Ou seria a Cristina? Talvez a Barcelona? Enfim, a que não era a Scarlett Johansson. A srta. Corredor é uma mythbuster. Ou seja, ela é contratada para ir a lugares assombrados e provar como era tudo uma armação. Obviamente, ela está para assumir o caso mais difícil da sua vida. Um caso que pode muito bem envolver fantasmas de verdade.

Por onde começar a listar os problemas? Que tal por um paradoxo? A personagem é completamente cética e passa a primeira hora do filme repetindo que fantasmas não existem. Porém, assim que alguma coisinha estranha acontece, ela fica morrendo de medo. Ora, se ela tem certeza que é tudo uma armação, por que teria medo?

Também temos a viradinha obrigatória que, se não é tão previsível, é apenas porque imediatamente remete a um filme em especial. Obviamente, não vou dizer de qual obra falo para não estragar o final deste para os corajosos que resolverem vê-lo, mas com certeza você vai sacar ao assistir.

Na real mesmo, O Despertar não tem tantas características que o tornem tão pior do que a imensa maioria do cinema de terror. Ele apenas tem todas as características que tornam quase todas essas produções ruins, como sustos do tipo “bu”, violinos dissonantes, fantasmas fora de foco e coisas que aparecem e depois somem. Você já viu esse filme antes, e já não gostou dele.

Tenho sérias dificuldades para entender como algo desse naipe é feito. Afinal, blockbusters ou oscarizáveis têm um grande público e rendem muito dinheiro, daí a alta interferência de produtores e o aumento no fator clichê que deixa todos os filmes iguais, com cenas que aparecem em vários deles.

Agora filminhos de fantasmas, e o terror em geral, até têm seu público, mas é nicho. Esses filmes são feitos com menos dinheiro, pois darão menos retorno. Dessa forma, você imagina que quem se aventura por eles o faria com um approach diferente. Mais carinhoso, mais artístico. Menos business. Alguém que quisesse realmente criar algo, não apenas refilmar um troço que já foi filmado trocentas vezes. Ainda assim, a imensa maioria da produção cinematográfica envolvendo fantasmas é igualzinha, e nivelada por baixo. Como pode, amigo delfonauta? Como pode?

Qualidades? Bom, tem algumas músicas muito bonitas que tocam nas últimas cenas do filme. Muito bonitas mesmo. Tão bonitas que conseguiram quase sozinhas o Alfredinho que ilustra a nota do filme. Mas ninguém vai ao cinema apenas para ouvir música.

Se você realmente gosta de filmes de fantasmas e de todos os clichês envolvendo o gênero, talvez tenha aqui algumas horas de diversão. Mas convenhamos, esse é o típico make-out flick, para o qual moleques vão levar as garotas para dar uns amassos. Dessa forma, só dá para recomendar O Despertar se a sua intenção ao entrar no cinema não tiver nada a ver com o que será mostrado na tela. Nesse caso, vai fundo! =]

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
o-despertarPaís: EUA<br> Ano: 2011<br> Gênero: Terror sobrenatural<br> Roteiro: Stephen Wolk e Nick Murphy<br> Elenco: Rebecca Hall, Dominic West e Imelda Staunton.<br> Diretor: Nick Murphy<br> Distribuidor: Playarte<br>