O Caçador de Pipas

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Alfredo, Alfredo de la Mancha, Delfos, Mascote, Alfred%23U00e3o, Delfianos

Talvez você não seja um leitor assíduo e tenha a opinião do meu irmão: “prefiro esperar o filme”. Mas, mesmo se você pensar assim, certamente já ouviu pessoas falando que o livro é muito melhor. Seja a obra/adaptação que for. E, em geral, isso é verdade. Eu, pelo menos, não vi ainda uma adaptação melhor do que a obra que a originou.

Recentemente estreou nos cinemas nacionais O Caçador de Pipas. Um bom filme, diga-se de passagem. Mas, para variar, a obra literária é, em muito, superior. E é para falar dela que estamos aqui.

O livro é a obra de estréia de um afegão radicado nos Estados Unidos, chamado Khaled Hosseini. Provavelmente você já ouviu falar do cara, já que não é todo mundo que tem seu romance de estréia no topo de livros mais vendidos do New York Times, vendendo mais de 2 milhões de cópias só na terra do Tio Sam.

Uma sinopse da obra: o Afeganistão é uma sociedade dividida em castas. Amir era um garoto pashtun, a classe dominante. Seu único amigo era Hassan, um garoto hazara, a classe dominada. Amir foi criado sem mãe e tinha uma relação um pouco fria e formal com seu pai, apesar do grande amor que tinham entre si. Seu pai também tinha um grande carinho por Hassan.

Hassan tinha uma fidelidade extrema a seu amigo. Enfrentou Assef, um garoto afegão que nutria um ódio cego pelos hazaras, para protegê-lo. No entanto, quando tem a chance de fazer algo para compensar a lealdade de seu amigo, Amir o trai.

É aí que a coisa fica interessante. O tema principal do livro não é a amizade ou a traição. Na verdade, ele trata de um dos sentimentos mais humilhantes (e, às vezes, revoltantes) para o homem: a covardia. E esse é realmente um tema ótimo. Como o medo paralisa as pessoas e pode fazer-nos dizer ou praticar coisas que jamais faríamos em situações normais. A partir desse acontecimento, o personagem principal (Amir) começa a “afundar” em sua covardia e os acontecimentos o trazem aos “livres” Estados Unidos.

Por que o livro é tão bom? O autor conduz a história e os personagens de forma extremamente humana. Seu enredo é plausível e desperta no leitor inúmeros sentimentos diferentes. Desde amor até indiferença e revolta. Não é o tipo de leitura que normalmente me atrai. No entanto, é uma exceção à regra. É um drama realmente triste. Do começo ao fim, a atmosfera é de certa melancolia e busca da redenção. Quase todo mundo para quem eu emprestei o livro chorou lendo, então não espere um final feliz. Além do mais, sua narrativa é extremamente rica e nos apresenta a um país desconhecido. Ou melhor, fatidicamente conhecido graças ao seu Bin Laden.

Concluindo, eu diria que O Caçador de Pipas é um romance reflexivo e até mesmo comovente. Portanto, mesmo que você não goste de dramas, leia o livro. Você pode comprá-lo aqui.