Segundo a agência de notícias Reuters, o presidente da Nintendo da América, Reggie Fils-Aime, afirmou que a companhia planeja investir pesado no mercado latino-americano.
Segundo Reggie, o potencial econômico a longo prazo, e o grande número de vendas na região ao longo dos últimos anos, que superou até os Estados Unidos, tornam a América Latina um mercado atrativo e lucrativo. Os investimentos começariam antes do natal deste ano, mas não há nenhum prazo divulgado.
E onde o Brasil entra nesta dança toda? Em uma entrevista ao UOL Jogos, o mesmo Reginaldo Filhos-Amo afirmou que nós poderíamos liderar o mercado latino-americano. “Em nossa visão, o mercado brasileiro poderia se tornar nosso maior negócio na América Latina”, disse. “Achamos que o país tem potencial para isso, pela população, pela estabilidade fiscal e adoraríamos que isso fosse verdade, mas não chegamos lá ainda. Graças à estrutura tributária, que transforma um produto viável em qualquer lugar do mundo em algo muito caro, nosso negócio é muito pequeno no Brasil”.
Além disso, a empresa tem entrado em contato com políticos e membros do governo para tentar reduzir a carga tributária sobre o entretenimento eletônico, mas ainda não teve resultados. O cara garante que eles vão continuar tentando. Segundo o UOL, os impostos costumam causar um aumento de até 257% no preço dos produtos.
Existe um projeto, tramitando em Brasília, que pretende reduzir a carga tributária dos jogos (P.L. 300/2007), que atualmente está passando por análise pela Comissão de Finanças e Tributação. Pelo meu conhecimento parco de política, imagino que seja esta comissão quem analisa o impacto que tal redução teria nos cofres do governo. Muito medo desta fase. Quem está responsável por esta análise, neste momento, é o Deputado Antônio Palocci, do PT de São Paulo. Você pode acompanhar o progresso da emenda neste link aqui.
Sinceramente, não consigo ser otimista quando as palavras “Brasil” e “redução de impostos” estão na mesma frase. Temos uma máquina pública tão imensa que a única forma que o governo encontra para se manter é onerando pesadamente todos os cidadãos. Acredito que apenas com uma reforma administrativa profunda e uma conseqüente reforma tributária é que vamos conseguir respirar aliviados. Estima-se que gastamos mais de 40% dos nossos salários em impostos, o que é um absurdo, especialmente quando lembramos que não recebemos quase nada em troca.
Quando os games entram nesta equação, fica ainda mais complicado. Considerando a quantidade de raposas velhas existentes em Brasília, duvido que mais que uma meia dúzia tenha tido contato com algo além do Atari. Acho que foi o único videogame que compraram para seus filhos, anos atrás, apenas para se livrarem das manhas dos garotos. É uma pena que tão poucos tenham consciência do potencial do mercado de jogos, o mais lucrativo da indústria do entretenimento.
Vamos sacrificar nossos bodes para que, com a Nintendo engrossando o lobby, tal projeto consiga sair do papel e tornar o Brasil um lugar melhor para os videogames.
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