Na primeira vez que vi o trailer deste filme, exclamei em empolgação alguma coisa parecida com: “Cacildis, que idéia legal!”. No caso, esse ideia ainda era acentuado porque foi no ano passado, antes da reforma do miguxês. Tudo bem, da última vez que eu tive essa impressão, o troço acabou sendo um filme pornô gore com zumbis gays. E emos ainda por cima. Porém, como este é uma animação estadunidense, achei improvável que os monstros começassem a fazer miséria uns com os outros, então criei coragem e dirigi-me até o cinema.
Caso você ainda não saiba, a premissa é a seguinte: os EUA são invadidos por alienígenas. Sua única esperança é um projeto secreto do governo que, ao longo da história, capturou e treinou monstros (manja aqueles que viviam invadindo Tóquio?). Pronto, a partir daí é Monstros vs Alienígenas, round 1, fight!
A premissa é genial, pois permite uma série de paródias e brincadeiras com clássicos da fantasia e da ficção científica. Se você tem bastante repertório sobre filmes de monstros e de ETs, prepare-se, pois vai rir do começo ao fim. Existem referências em diálogos, detalhes dos cenários e até na trilha sonora. Esse realmente é um filme que recompensa o espectador mais atento.
Outro trunfo está nos personagens, em especial nos monstros. Temos a mulher gigante, o Elo Perdido e o insetossauro (que praticamente só está lá para ser fofinho, já que tem pouca participação na história), mas os melhores mesmo são o cientista louco que transformou a si mesmo em uma barata (a óbvia referência obrigatória ao clássico A Mosca) e a já famosa geleca azul sem cérebro (o que faz com que ela frequentemente não saiba se algo aconteceu com ela ou com os outros).
O elo mais fraco, infelizmente, é o roteiro. A ideia está lá (e é fenomenal), os personagens são carismáticos e as piadas são boas. Tanta coisa legal junta merecia um roteiro decente. Infelizmente, o que temos aqui é apenas aquele mais do mesmo quase onipresente nos desenhos estadunidenses. Manja aquele roteiro que o Steve Screenwriter criou para a Disney em 1936? Então. Fosse um pouco (só um pouco) mais criativo e teríamos aqui o melhor filme do ano e o início de uma promissora nova franquia.
Ainda assim, acredito que Monstros vs. Alienígenas é divertido e carismático o suficiente para fazer sucesso e justificar algumas seqüências. E eu realmente sacrifico meus bodes para os roteiristas ousarem mais na segunda parte.
Curiosidades:
– A cabine foi feita em inglês, sem legendas. Finalmente tive minha primeira oportunidade de ver um filme no Brasil da forma original, sem adaptações. *-*
– Antes da cabine, teve o tradicional lanchinho e comi lá a melhor gelatina que já comi na minha vida. E olha que eu nem sabia que era possível algo tão banal quanto gelatina ficar tão bom. Hum… gelatina com mulheres de mais de 1,80m…
– Outra surpresa na cabine foi a visita do Bob, a geleca carismática do filme, que apareceu para tirar foto com vários jornalistas. E eu achando que só eu que não tinha crescido… =)