Manowar em São Paulo (7/5/2010)

0

Hail and Kill, meus carissímos delfonautas! É com muito prazer que lhes dou as boas vindas, pois em meu primeiro texto para o DELFOS, tenho a honra de falar sobre a banda mais abençoada pelo Vento Preto: o Manowar.

Após 12 longos sem nem passar perto daqui, finalmente nossas orlas recebem todo o poder dos músculos e do aço dos auto-proclamados Reis do Metal. Eu só fui conhecer a banda em 2006 e, desde então, ela se tornou imediatamente uma de minhas bandas preferidas e ansiava muito por um show deles, então é normal que estivesse extremamente empolgado. Mas também estava um pouco apreensivo, principalmente devido ao fato de que, nos DVDs mais recentes, a voz de Eric Adams deixava um pouco a desejar.

Bem, chega de enrolação e vamos lá: o show aconteceu no último dia 7, no Credicard Hall em São Paulo. Vou ser sincero que prefiro shows em lugares fechados a em lugares abertos, e isso só se intensificou depois do excelentemente executado, mas mal organizado Iron Maiden: Live In Lama. Infelizmente, perdi a banda de abertura, o Kings of Steel, uma banda cover oficial do Manowar, mas que pelo menos nessa ocasião, tocaram músicas próprias.

Lá pelas dez e alguma coisa, se não me falha a memória, o Vento Preto soprava, as luzes se apagaram e numa grandiosa e musculosa aura de Poder Metálico, entram no palco os quatro poderosos seres do Metal: Eric Adams, Karl Logan, Joey DeMaio e Donnie Hamzik. Sabe, sempre sinto uma emoção que não sei descrever quando vejo uma banda que gosto ao vivo, é como se eu pensasse “Nossa, os caras realmente são de verdade” (e, nesse caso, realmente musculosos).

Enfim, eles começaram com a destruidora música Hand of Doom e logo depois engataram Call to Arms, uma das minhas músicas favoritas da banda. Depois passaram para uma mais nova, Die With Honor, e a semi-balada Dust Swords in the Wind. O público (e principalmente este aspirante a guerreiro que vos escreve) estava completamente em furor épico. Karl Logan começa então seu excelente solo de guitarra e depois outra música do novo EP, Let the Gods Decide.

Finalmente, Joey DeMaio começa seu discurso de que foram 12 longos anos, que eles são bons, bebe a cerveja de seu tradicional jeito, começa a, surpreendentemente, falar em português, e promete que voltarão ano que vem e, usando a máxima da nova música do Metalium, fez a plateia repetir: “If you don’t like Metal… Fuck You!”.

Ele chama um fã que saiba tocar guitarra para subir ao palco. O cara estava com camisa do Iron Maiden e Joey disse que “Ele tinha um coração metal, mas ele estava com a camisa errada” e fez o cara tirar a camisa e depois a jogou na plateia. Sério, eu não achei uma atitude muito legal, ainda mais num país onde o Iron é o rei absoluto… Se ainda fosse uma camisa, sei lá, do Marilyn Manson, aí poderia até atear fogo que eu não ligaria.

Mas o fã provavelmente nem ligou, porque logo depois disso, Joey pergunta se o cara já teve sua “primeira vez” e ele diz que não… nisso, três lindas moçoilas adentram o palco e começam a se esfregar nele. Joey então diz que depois ele poderá fazer um Paf-Paf, um Tsun-Tsun ou um Surisuri-Herohero com elas (e quem souber de onde vem essas palavras ganha um picolé de limão) e começaram a tocar (com o fã acompanhando Karl Logan) a música Die For Metal enquanto as moças tiravam a roupa até ficarem só de calcinha e se esfregavam tanto no cara quanto nos membros da banda… Lucky Bastards! Muitos marmanjos adoraram e babavam enquanto viam o telão, mas também depois ficaram com o discurso de que isso não tinha nada a ver com o show. Concordo que isso é extremamente desnecessário, porém se você não esperava isso, sinto muito, amigo mas deixe o Credicard Hall, porque você nunca viu um DVD do Manowar

O show seguiu com Sons of Odin mas, no começo da música, Eric Adams começou a cantar Die With Honor quando ele para e se toca: “Hey! That’s the wrong song!” e agacha um pouco e começa a rir da própria gafe. Pelo menos o cara admitiu que errou, ao contrário de certos músicos que a gente vê por aí… Logo depois, veio a música Sleipnir, e achei muito legal que minhas duas músicas favoritas do disco Gods of War tenham sido tocadas uma depois da outra.

Agora, neste ponto, o amigo delfonauta trüe já deve estar encafifado: “Hey, não está faltando algo?” Claro! O tradicional e pomposo solo de baixo de Joey DeMaio e o show segue com God or Man e Loki, God of Fire e encerra-se com a faixa-título do EP Thunder in the Sky.

Obviamente o show não terminou. Aliás, isso já ficou manjado, após um tempo de muitos Hail and Kills do público, eles voltaram com força total para tocar Warriors of the World United, uma excelente demonstração do poder vocal de Eric Adams, House of Death e King of Kings. E então, os quatro fazem o sinal do martelo e o show se encerra de verdade com um baita balde de águas geladas tiradas do covio do próprio Njörd.

“Como assim?! Onde estão as clássicas?” Pois é, amigo delfonauta. Nada de Battle Hymn, Sign of the Hammer, Blood of My Enemies, Heart of Steel, Kings of Metal, Return of the Warlord… Nem mesmo Hail and Kill. Pois é, eu fiquei meio desapontado. Tinha até comprado um frasco de óleo corpóreo para me besuntar na hora da música Manowar, pô!

O público, claro, ficou extremamente revoltado, e até começou a gritar Maiden! Maiden! A gente até ouvia umas pérolas na saída como “Vou quebrar meu LP do Battle Hymns!” e os tradicionais “que m&%#@ de show”. Acho que o pessoal esqueceu do show do Iron Maiden em 2004.

Bom, para finalizar, a qualidade técnica do show estava impecável, a iluminação excelente, li por aí que a guitarra na plateia superior estava meio baixa, mas infelizmente não posso confirmar ou desmentir isso. Um dos pontos mais altos da noite para mim foi Eric Adams, que provou que sabe cantar, e de forma magistral, ao vivo, superando meus receios. Porque raios de Thor nos DVDs o vocal dele não fica como o esperado é um mistério, acho que deve ter algo a ver com a gravação. Também sei que eles não são pioneiros nisso, mas gostei da iniciativa de chamarem um fã ao palco.

O setlist poderia ter sido (muito) melhor, mas pelo menos eles tocaram muito bem e eu me diverti muito… e convenhamos que não adianta nada um setlist bom mas mal-executado. Fica a promessa (ou para ser mais trüe ainda, um juramento de sangue) de seu retorno triumfal no ano que vem, provavelmente com um setlist melhor, mas o pessoal ficou tão revoltado que não sei se eles voltarão tão cedo…

Curiosidade:

– Acho que eu estava com tanta trüeza acumulada no corpo que, no dia seguinte, engatei com um primo meu uma verdadeira maratona de quase 10 horas de God of War III. Tartarus Yeah, bitch!