Looper – Assassinos do Futuro

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As meninas aqui do DELFOS estavam bem assanhadinhas para este filme, doidas para ver o Joseph Gordon-Levitt agindo como um homenzinho. A Joanna até pediu para eu entregar uma cartinha de amor para o ator quando eu estava saindo para a sessão de imprensa. Tadinha, ela tem só oito anos e 10 meses, ainda não entendeu como o cinema funciona.

Em Looper, Joseph Gordon-Levitt é Bruce Willis, um assassino profissional chamado Joe. Só que o trabalho dele é bem mais fácil do que o dos matadores que conhecemos. Basta ele estar no local e horário marcados, esperar sua vítima popar na sua frente e atirar. Isso porque suas vítimas são raptadas e enviadas do futuro. Porém, ser um Looper é uma profissão com prazo de validade: eventualmente, a vítima será você mesmo. Essa situação normalmente é celebrada como uma aposentadoria, pois você recebe uma bolada ao matar seu “eu do futuro” e a partir daí, aproveite seus próximos 30 anos, pois serão os últimos.

PERAÍ, ENTÃO QUANDO EU CRESCER VOU SER O BRUCE WILLIS?

O primeiro ato do filme é dedicado a mostrar as dolorosas consequências para os mariquinhas que amarelarem na hora de “se matar”. Porém, quando quem você tem que matar é o Bruce Willis, não é tão fácil quanto matar um Paul Dano. Assim, quando chega a vez do nosso protagonista, seu “eu do futuro” escapa. Só que ele não está disposto apenas a sobreviver, mas a matar o líder da gangue que controla os assassinatos enquanto ele ainda era um moleque aparentemente indefeso. O Joe do presente não gosta da ideia. Assim, enquanto o Joe do futuro caça um moleque, o do presente caça a si mesmo e a gangue caça ambos, em um verdadeiro jogo de gato e rato.

Chega a ser engraçado como Joseph Gordon-Levitt imita direitinho o Bruce Willis. Em um mundo ideal, ambos os atores sumiriam em seus papéis para dar lugar ao personagem Joe, mas não é o caso. Bruce Willis é o Bruce Willis de sempre, e o Joseph também é um Bruce Willis.

Looper é diferente do que eu esperava. Um diferente bom. Eu realmente me surpreendi com o carinha do presente passar o filme se caçando, e toda essa história de matar um moleque antes de ele se tornar uma ameaça é claramente uma chupinhada de O Exterminador do Futuro.

Apesar disso, no entanto, este não tem a mesma levada nem o mesmo clima do clássico de James Cameron. Aqui é mais pessoal e, como tal, tem mais desenvolvimento de personagens e menos explosões.

A história, além de ser bastante interessante por si só, não segue caminhos clichês e alguns momentos até me surpreenderam bastante. E o final é bem legal e fora dos padrões, ainda deixando um ar de “final aberto”.

O estranho é que o Bruce Willis em si pouco aparece. Ele é mais um McGuffin do que um personagem em si, e é uma pena que o filme tenha apenas uma única cena dos dois protagonistas conversando.

Assim, para a alegria das delfianas femininas, Looper é um filme legal e criativo, que vale a pena ser visto no cinema mesmo se você não compartilha da paixão da Joanna pelo Joseph Gordon-Levitt.

ENQUETE:

– As delfonautas femininas curtem o Joseph Gordon-Levitt, é? Então diga nos comentários quais alimentos combinam com ele, porque eu, no meu papel de homem heterossexual, prefiro misturar a Emily Blunt com creme de leite.

REVER GERAL
Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
looper-assassinos-do-futuroPaís: EUA / China<br> Ano: 2012<br> Roteiro: Rian Johnson<br> Elenco: Bruce Willis, Joseph Gordon-Levitt, Emily Blunt, Paul Dano e Jeff Daniels.<br> Diretor: Rian Johnson<br> Distribuidor: Paris<br>