Killzone 2

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Alfredo, Alfredo de la Mancha, Delfos, Mascote, Alfred%23U00e3o, Delfianos

Nota: Esse jogo já saiu faz um tempinho e essa resenha já está escrita desde maio de 2009, mas sua publicação acabou demorando por causa de outras coisas mais importantes. De qualquer forma, aproveite.

Desde que eu comprei o PS3 e comecei a me interessar mais pelas notícias do console, vejo que este Killzone 2 despontava como um de seus jogos mais esperados. Talvez não tenha o apelo mainstream do principal FPS da concorrente, o Halo 3, mas todo mundo esperava que fosse tão bom quanto, se não melhor.

Quando ele saiu, as resenhas confirmavam as expectativas. “Trata-se do melhor FPS já feito, o mais divertido, mais atmosférico e com os melhores gráficos”, clamavam, unanimemente, os grandes veículos de games mundo afora. E eu até concordo com algumas dessas afirmações. Mas, como sempre, vamos por partes.

ERA UMA VEZ…

O primeiro Killzone saiu para PS2 e, pelo que li por aí, era um FPS bem genérico. Por que a Sony decidiu dar um orçamento bombado e fazer de sua continuação um system seller é algo difícil de compreender, mas o fato é que deu certo e o jogo está sendo aclamado.

Eu não joguei o primeiro, então posso apenas comentar sobre a história desse. Você controla um mano de cabelo moicano extremamente macho que se junta a um grupo de soldados extremamente machos e vai invadir o planeta dos Helghans. No início, fiquei com a impressão que eles eram alienígenas humanóides extremamente machos, mas depois ficou parecendo que eles eram apenas um grupo político extremamente macho. Seja como for, os Helghans são bem parecidos com humanos que nunca se bronzearam, tipo eu. Com a diferença de que, é claro, eles são extremamente machos.

Assim, a história de Killzone 2 é daquele tipo Gears of War, ou seja, só uma desculpa para justificar porque, de repente, todo mundo está disputando para ver quem tem a maior ferramenta lusitana.

Por que você está invadindo o planeta dos Helghans? Quem se importa? O que importa é matar a maior quantidade deles possível enquanto espalha algumas bombinhas para satisfazer as necessidades explosivas de qualquer mano que esteja jogando isso. Caso você não tenha percebido, Killzone 2 é um jogo de meninos. E com muito orgulho. ^^

VENDO E OUVINDO

Killzone 2 é lindo. Os gráficos são tecnicamente impressionantes (embora não rodem em FullHD, apenas em 720p) e detalhadamente construídos. O céu costantemente trovejando foi um toque que deu um ar ainda mais viking born of black wind para toda a violência rolando no solo. A animação também é perfeita, especialmente a forma como um tiro na cabeça arranca o capacete dos inimigos ou a movimentação corporal de cada caboclo antes de ele falecer.

Porém, contudo, entretanto, todavia, Killzone 2 peca no mesmo aspecto que quase todos os jogos atuais: a falta de cores. É tudo naquele verde meio acinzentado com tons de azul e marrom que estamos acostumados. Afinal de contas, parece que não existem cores como vermelho ou branco no mundo em que vivem esses diretores de arte de jogos. Isso enfraquece consideravelmente o visual do jogo. O curioso é que, depois desse, joguei Resistance 2, também um FPS pintudo bem semelhante a Killzone. Porém, este tem cores, incluindo pôr-do-sol e coisas do tipo. E, mano, isso faz mais diferença do que parece. Embora Killzone 2 tenha gráficos tecnicamente bastante superiores, é inegável que Resistance 2 é mais bonito.

Outra coisa curiosa nos gráficos é que praticamente todos seus inimigos são iguais. Nas estatísticas, o jogo diz que tem uns 15 tipos diferentes, mas eu só reconheci dois tipos diferentes de humanóides tamanho normal. Além deles, tem os mais pintudões, grandes e resistentes, e umas máquinas e veículos.

Como as resenhas diziam que Killzone 2 era bastante atmosférico, estava esperando por um som extremamente trabalhado, como Bioshock ou Condemned. Não é assim. O som é bom, com excelentes efeitos sonoros, mas não é nada que o destaque dos demais.

A música, por outro lado, é deveras tremendona. Excelentes orquestrações dão um efeito épico às batalhas e o tema do jogo está entre os mais memoráveis desde God of War.

CHUTANDO BUNDAS HELGHANIANAS

Aqui é onde eu concordo com a maior parte das resenhas. Killzone 2 é extremamente divertido. E é aquele tipo de diversão saudável e positiva que somente jogos cheios de sangue, mortes e explosões são capazes de fornecer.

A principal diferença dele para os demais FPS é o sistema de cobertura. Você segura o gatilho esquerdo e se esconde. Para levantar a cabecinha e soltar uns pipocos nos vilões, você precisa usar a alavanca para o lado que quiser aparecer. É uma tentativa de fazer as coisas diferentes, mas admito que prefiro o jeitão Gears of War, que não envolve ficar segurando um botão durante todo o tempo que quiser ficar escondido.

Tirando isso, jogar KZ2 é como jogar qualquer outro excelente FPS. Pense em Call of Duty e terá uma boa ideia do que esperar aqui. É ótimo, excelente, deveras divertido e um tanto curto demais. Porém, não é uma experiência inédita, nem algo que todo gamer precisa jogar na vida. E esse talvez seja o principal ponto fraco de Killzone 2. Você não precisa comprar um PS3 para jogá-lo, pois existem várias opções bastante parecidas no Xbox 360 e no PC.

CHUTANDO BUNDAS DE ESTADUNIDENSES

Como todo jogo pós-Call of Duty 4, a campanha é curta porque o foco é mesmo no online. E tudo funciona naquele esquemão de você ir ganhando upgrades e subindo de nível quanto mais você joga.

Os gêneros são os mesmos de sempre, team deathmatch, capture the flag e os outros que todos conhecemos. A diferença é que você pode escolher jogar em todos eles de uma vez. Por exemplo, você tem que destruir o território do time inimigo em um limite de tempo. Se destruir ou o limite terminar, o time vencedor ganha um ponto e uma voz anuncia o próximo modo de jogo. Depois de passar por todos os modos, o time que ganhou mais deles vence a partida. É interessante, mas admito que eu prefiro ficar apenas no mata-mata, sem ter que ficar invadindo territórios ou carregando bandeirinhas (que aqui são alto-falantes soltando propaganda política).

O lado legal é que Killzone 2 faz um bom trabalho juntando times com habilidades semelhantes, o que faz com que jogadores como eu joguem com pessoas no mesmo nível e tenham chances de vencer, o que nunca acontece no COD 4, com seus campers desgraçados, por exemplo.

Um outro detalhe que achei bem pensado, embora eu nunca mais vá usar isso, é que você pode jogar os modos online sem conectar na PSN, offline, contra inimigos e parceiros gerados por computador. É uma ótima opção para aqueles que não podem ou não querem se cadastrar na PSN poderem aproveitar tudo que o jogo oferece, embora é óbvio que não seja a mesma coisa jogar contra pessoas e contra uma máquina.

Minha única reclamação no multiplayer é a ausência de um cooperativo, o que aumentaria em um trilhão de vezes a replayabilidade da campanha.

ABRINDO A CARTEIRA

Vale a pena comprar Killzone 2? Hell, yeah, bitch! Vale a pena comprar um PS3 por causa de Killzone 2? Hell, no, bro! Para fãs de FPS e de ação do tipo atire primeiro e pise na cara deles depois, esta é uma compra certa e promete horas e horas de diversão online e offline. Porém, essas horas de diversão não serão tão diferentes daquelas passadas na Segunda Guerra Mundial ou em outras ambientações comuns em FPS’s.