Se tem uma coisa que eu gosto bastante, é de descobrir bandas novas. Acho que os delfonautas que lêem as minhas notícias já sabem disso há tempos. O Corrales também sabe e me incumbiu da missão de resenhar um CD de uma banda nacional que até antes dessa conversa com o Ditador, eu desconhecia totalmente. O grupo é o Kappa Crucis e o CD é o Jewel Box, de 2009.
No release que eles enviaram ao DELFOS, a banda define o seu estilo como classic heavy rock. Fiquei com um pé atrás quando li isso, já que a minha praia é mais o rock alternativo. Mas encarei o desafio e já tive mil pensamentos maléficos para falar mal do Kappa Crucis.
Comecei a audição do CD e tive uma grata surpresa. O som do grupo, claramente inspirado em bandas como Deep Purple, Uriah Heep e Black Sabbath, é muito bom. Para os mais despercebidos, o Kappa Crucis poderia se passar muito bem por uma banda dos anos 70, tamanha é a qualidade do CD dos caras. Não sou grande conhecedor de classic rock e afins, mas o som do grupo me lembrou em alguns momentos o som do Deep Purple. E isso é muito bom.
Os integrantes G. Fischer (Vocal principal e guitarra), F. Doria (bateria e vocal), R. Tramontin (baixo e vocal) e A. Stefanovich (teclado e vocal) são bem competentes em suas funções. Em nenhum momento deixam a desejar quando o assunto é talento.
A cozinha (baixo e bateria) é muito boa. Doria e Tramontin não são músicos virtuosos, e sabem a hora de aparecer nas músicas. O teclado de Stefanovich é muito bem colocado e, quando aparece, não passa despercebido. Fischer é um excelente guitarrista e alguns de seus riffs são bem interessantes, assim como os solos, muito bem colocados. Mas confesso que o vocal não me agradou muito, e já deixo claro que é por gosto pessoal, pois sei reconhecer que ele canta bem e é afinado, só o seu estilo que não me agradou.
O CD Jewel Box é composto por 10 músicas e posso destacar facilmente cinco delas, que foram as que mais me chamaram a atenção e é bem provável que algumas delas fiquem no meu iPod por um bom tempo. Posso começar falando da única balada do CD, a Son of The Moonlight, que é ótima e confesso que já me peguei cantando a desgramada no metrô, a caminho do trabalho. Judgement tem o riff de guitarra que mais me agradou no álbum inteiro. Handcuffs, Parallel Lines e Back to The Water completam os destaques. Ah, e as outras faixas, Merchant of Illusions, Faces, Beyond the Envy Torch, Loadstar e A New Seed não comprometem a qualidade do trabalho, pois são muito boas.
Em uma época onde é praticamente impossível encontrar bandas que façam classic rock sem ser cover, o Kappa Crucis é um alívio para os fãs do gênero. Vale a pena ouvir!