Irmão Urso

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Padrão Disney de qualidade. Estas quatro palavras definem perfeitamente o que se pode esperar de Irmão Urso. Para alguns (como eu), isso significa um desenho caprichado, bem animado, com um roteiro que privilegia valores de família, amizade e paz. Para outros (acredite, eles existem), isso reflete uma película brega, sentimentalóide e ultrapassada.

Todos estes elementos, para o bem ou para o mal, estão presentes em Irmão Urso, a penúltima tentativa da Disney no terreno da animação tradicional.

A trama é a seguinte: Kenai é um jovem brincalhão e irresponsável que teve o irmão mais velho morto em um combate com um urso. Com raiva, ele decide sair em uma cruzada de vingança contra o urso responsável. Para ensinar uma lição ao rapaz vingativo, os grandes espíritos o transformam em um urso. Pronto, a confusão está armada. E agora, o único jeito de Kenai recuperar a forma humana é encontrar e escalar a montanha mais alta, em busca dos espíritos que o amaldiçoaram na esperança de que eles concedam seu desejo.

Essa é basicamente toda a estória. A partir daí são utilizados todos os clichês que a Disney não se cansa de usar (nem o público de assistir). No caminho, Kenai encontra o ursinho Koda – o típico personagem que não pára de falar – que foi separado de sua mãe e a tradicional dupla cômica, aqui representada por dois alces bem atrapalhados. Apesar da presença dos alces, a cena mais engraçada do filme é protagonizada por uma dupla de bodes cuja participação fica, infelizmente, limitada apenas a essa seqüência e a uma tiradinha previsível, mas engraçada, durante os créditos.

Tudo isso é permeado pela sempre presente “lição de moral Disney”, pela animação cuidadosa e extremamente colorida – a cena da transformação de Kenai é lindíssima – e pelos personagens bem desenhados, com um estilo similar a Lilo & Stitch. Para completar, a odisséia de Kenai é embalada por uma bela trilha sonora, de autoria de Phil Collins que, ao contrário de filmes como O Rei Leão, não é cantada pelos personagens, está presente apenas para envolver a ação.

Outro ponto positivo para Irmão Urso vai para a dublagem. Ao contrário de outras produções que contam com nomes famosos – Marco Nanini e Luís Fernando Guimarães fazem os alces e Selton Mello faz Kenai – a dublagem de Irmão Urso é caprichada e não faz o espectador ficar pensando “Como eu queria que tivesse uma versão legendada nos cinemas” o tempo todo.

Enfim, Irmão Urso é um típico desenho da Disney. Se você não gosta, passe longe. Se gosta, pode assistir sem medo. Afinal, é da Disney.

REVER GERAL
Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
irmao-ursoPaís: EUA<br> Ano: 2003<br>