É engraçado como, em qualquer fórum de metaleirice troo from hell, sempre tem alguém metendo o pau no Metal Melódico dizendo que as músicas são todas iguais ou algo assim. O que deixa isso engraçado é que, para mim, o que parece tudo igual são justamente os gêneros mais testosterônicos, em especial o Death Metal.
O gênero em questão parece ter apenas um único vocalista, que canta para todas as bandas, a bateria é sempre rapidona (com exceção de algumas músicas mais lentas, onde a batida fica mais “batucada”), os riffs são sempre encorpados e “de macho” e qualquer música do gênero incita a bater cabeça ou a abrir rodas. A conclusão que isso nos permite tomar é que, quando não se é um especialista em um gênero, tudo que sai dele parece sempre igual. Com a devida exceção, é claro, a bandas como Ramones, AC/DC e Motörhead, que são sempre iguais e se orgulham disso.
Veja bem, isso não são críticas, são apenas características que eu vejo em profusão em todos os álbuns de Death. E o Gorefest apresenta todas elas neste Rise to Ruin. Algumas músicas são mais rápidas, outras um pouco mais cadenciadas, mas ainda assim bastante parecidas entre si. A única exceção é Babylon’s Whores, que ao longo de seus nove minutos, apresenta diversas mudanças de andamento, inclusive um trecho que lembra um Metal mais tradicional à Manowar.
Contudo, embora o disco seja exatamente o esperado para o gênero, devo dizer que ele me surpreendeu. Eu sinceramente não esperava gostar tanto do álbum como gostei.
Também merece destaque o nome da música The War On Stupidity. Infelizmente, a letra dela, embora trate de um assunto bem legal (vamos combater a burrice), é menos desenvolvida do que deveria e basicamente se resume a uma única frase boa (“I want a revolution to speed up evolution”).
Apesar de não trazer grandes destaques, Rise to Ruin é um disco bem legal. As guitarras e a bateria são deveras excelentes, bem do jeitão e com a timbragem que eu gosto. Para fãs do Death Metal de macho, sem guitarrinhas que cantam à In Flames, é imperdível.