Não conhecia o God Dethroned até o DELFOS receber o promo do então último disco da banda, The Toxic Touch. Portanto, acho justo começar esta resenha elogiando os caras. Todos eles tocam seus instrumentos muito bem e dá para ver que são músicos experientes. A bateria foi o que mais me chamou a atenção, pois Ariën Van Weesenbeek (que teve até a honra de ser entrevistado pelo DELFOS) esbanja criatividade durante o disco inteiro.
Tirando a criatividade do baterista, ouvi aqui uma banda bastante coesa no que faz, que é um Thrash misturado com Death. Eu diria que está mais para Thrash, mas outras resenhas que li sobre este disco acharam que estava mais para Death. Deve ser questão de opinião, então. Aliás, é em horas como essas que acho que esse negócio de Thrash, Black, Death e outros devia ir para o saco. O saudoso Chuck Schuldiner do Death já dizia que esse negócio de rotular estilos acaba separando o meio. Devia ser Metal e pronto. Como o que temos aqui é um bom disco de Metal, vamos falar dele, então.
Pontos altos? São vários, e se bobear vou acabar falando um pouquinho de cada faixa. Então vejamos:
Hating Life é uma daquelas músicas que, se um show for aberto com ela, já deixa o público na mão da banda. 2014 tem alguns riffs naquele estilão do At The Gates e de outras bandas de Death suecas igualmente boas.
Falling Down tem um feeling até meio Motörhead, mas mais rápida e com vocais guturais. Parece legal? É, é legal mesmo! On Wings Of Pestilence parece um pouco o Viking Metal do Amon Amarth, e The Day You Died tem um refrão que dá até vontade de cantar junto. Que riff!
Away From Emptiness é uma balada instrumental ótima, mas que teria ficado melhor com vocais. Macabre World… Bom, dessa eu não tenho nada para dizer. Achei Typhoid Mary, a próxima, a mais legal do disco, e o baterista dá um show nela. Fail To Exist fecha o álbum sem chamar muito a atenção (tirando o solo curto e eficiente).
Como não conheço o trabalho anterior do God Dethroned, ficarei devendo uma comparação ou elogios sobre a evolução dos caras, mas gostei do que ouvi aqui. Para não dizer que só elogiei, achei que faltou um pouco de agressividade nos vocais de Henri “T.S.K.” Sattler.
Este é um daqueles discos que, embora não tenha de muito original, todas as faixas têm um feeling próprio que se percebe ao ouvir com a devida atenção. E não é assim que a música tem que ser ouvida, afinal de contas?