Ghost of a Tale está disponível para Windows desde março de 2018, e chegou no dia 12 de março de 2019 ao PS4 e Xbox One. Trata-se de um jogo indie feito por um time bem pequeno. E, por incrível que pareça, ele tem este visual:
Não é exatamente um AAA, em especial pelas animações um tanto duras, mas convenhamos: jogos criados por equipes tão enxutas costumam seguir pela estética do pixel art ou do low poly. Há de se elogiar a turma da SeithCG por ter a ambição de fazer um jogo 3D que parece ter um orçamento muito maior do que de fato tem.
GHOST OF A TALE
Em Ghost of a Tale, você assume o papel de um ratinho menestrel em um mundo de fantasia com inspirações medievais. O simpático ratinho acorda na prisão e não demora para você encontrar a chave da sua cela. Quem a deixou lá? E por quê? Cabe a você descobrir. E muita atenção e habilidade serão necessários para você conseguir zerar a história.
O jogo se passa na prisão e nos arredores. As primeiras horas verão o jogador buscando chaves para abrir portas e pegando itens que avançam a história. NPCs espalhados pelo cenário vão passar quests secundários, mas infelizmente estes se resumem a coletatons, do tipo “pegue 30 espécies diferentes de cogumelos”. O ratinho até reclama para um NPC que está recebendo “busywork“.
Ghost of a Tale é um jogo de exploração e de stealth. Sua única defesa é jogar garrafas nos guardas, o que os faz dormir por alguns segundos – e mesmo assim só funciona nos que não usam capacetes. Então prepare-se para usar de bastante estratégia para passar por alguns dos inimigos mais inconvenientes.
Você pode se esconder em qualquer balde, baú ou armário e, sempre que está escondido, pode apertar o R3 para salvar. E você vai salvar e repetir várias vezes cada corredor.
E BEM QUANDO VOCÊ SE ACOSTUMA…
O jogo dá uma bola curva inesperada. Um dos quests de história envolve encontrar um uniforma de guarda. E, quando você o encontra – e o equipa – Ghost of a Tale deixa de ser um stealth. Ele vira um adventure.
Os guardas param de te caçar e se torna possível conversar com eles. E o quest em questão é de investigação. Eu gosto bastante quando jogos fazem algo inesperado, mas quando você veste a roupa de guarda, o ratinho passa a andar devagarzinho, o que torna explorar o imenso cenário um suplício.
A velocidade do ratinho quando está vestido de guarda foi o suficiente para me fazer decidir dar um tempo no jogo, mas se você é mais paciente do que eu, vale o aviso de que Ghost of a Tale é bastante inacessível.
PACIÊNCIA
Além de ser difícil se manter vivo, os cenários são bem semelhantes onde quer que você vá. Então é bem difícil se localizar, mesmo tendo um mapa para a área (que precisam ser encontrados ou comprados). Seus objetivos não aparecem no mapa e em geral você só tem as dicas do ferreiro para te ajudar – e precisa pagar por cada uma delas com o escasso dinheiro encontrado pela prisão.
Assim, apesar de interessante, Ghost of a Tale é um jogo que exige paciência do jogador. Se você é do tipo de pessoa que, ao não saber o que fazer, vai atrás de um guia, este definitivamente não é para você. Esta é uma obra para ser saboreada sem pressa, estando preparado para correr (ou andar devagarzinho, caso você esteja de guarda) muitas vezes pelos mesmos corredores. Eu sou hiperativo demais para ele, mas se a descrição lhe apetece, trata-se de um jogo criativo e ambicioso, que merece ser conhecido.
