Hum… Sei lá. Eu não gosto de Grindcore. Tá certo, Napalm Death é legal, mas é exceção, e… Ahn… Este tal de Gaza, bom…
Certo, às favas com a hesitação. Estamos no DELFOS, afinal de contas. Isto aqui é uma barulheira infernal, e não das boas barulheiras infernais. Eu tive que me forçar a ouvir esse disco até o final, e, quando eu estiver no meu leito de morte, não será uma das coisas das quais eu me lembrarei com saudades de ter feito em vida.
Grindcore é um estilo onde normalmente as músicas são curtíssimas, e há uma boa razão para isso: cara, elas seriam muuuuuuuuuito chatas se durassem mais do que dois minutos. O Gaza até começa seguindo essa idéia, mas aí vem uma tortura de 6:56 inacreditavelmente insuportável. Depois outra de 4:17, e, depois dessas, só uma tem menos do que 4 minutos. Sério, eu nunca tinha ficado com dor de cabeça ouvindo música, mas o Gaza fez isso por mim. Isso não é bom. Ah, sim, este é o primeiro disco da banda, caso alguém se importe.
Riffs repetitivos, gritaria (vocal gutural é outra coisa), produção ruim… Sabe o que se fica achando no final dos intermináveis 43 minutos desta coisa chamada I Don’t Care Where I Go When I Die? Que Grindcore é um estilo que só existe para aborrecer as pessoas. Fico imaginando um fã de Grindcore se justificando dizendo que o estilo é algum tipo de anti-música, que é uma anarquia sonora ou algo assim. Deve ser, pois o negócio é dissonante o tempo todo! Enfim, acho que o público alvo só escuta isso para se dizer revoltado. Não é possível que alguém veja isto numa vitrine e pense: “Oba, o novo disco do Gaza!”, abra o plástico empolgado, pegue um suco de laranja na geladeira e sente para ouvir o maledeto enquanto lê o livreto. Não, não. Isso é só para chocar a tia evangélica ou a avó moralista. Tenho certeza.
Bom, já falei mais desta merda (por favor, Corrales, só desta vez me deixe usar um palavrão) do que ela merecia. Agora vou ouvir um pouco de qualquer outra coisa para curar a dor de cabeça. Talvez eu não tenha entendido a proposta da banda, mas, sinceramente, não faço a menor questão disso.