Fúria de Titãs 2

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Tem certas coisas que eu não consigo entender. Tipo, como diabos a série Anjos da Noite conseguiu chegar no quarto filme? E por que fizeram uma sequência para o mais que meia-boca Fúria de Titãs? Sério mesmo que tem gente que achou essas coisas tão legais que pediram por mais? Então tá. Desejo atendido.

Dez anos após o primeiro filme, Perseu (Sam Worthington) vive tranquilo como pescador junto de seu filho Hélio. Contudo, as pessoas deixaram de rezar aos deuses e, com isso, eles perdem poder e suas obras passam a se desfazer. Como resultado, as paredes do Tártaro começam a ruir e os monstros aprisionados ali passam a invadir o mundo dos homens. Além disso, o pior dos prisioneiros do submundo, o titã Cronos, também está louco para dar uma escapulida. Esse é um trabalho para Perseu, o homem que não usa calças.

É impressionante o fato de que todos os envolvidos em Fúria de Titãs 2 não aprenderam absolutamente nada com o primeiro filme. Não só tornaram a cometer os exatos mesmos erros de seu antecessor, como se contentaram em refilmar a dita película. Sim, a sequência é uma cópia carbono do original, sem tirar nem pôr.

O negócio é tão igual que eu bem poderia copiar e colar aqui a minha resenha do primeiro filme, apenas trocando alguns nomes, e ela serviria perfeitamente como análise dessa nova obra. Mas no DELFOS não somos picaretas como certos produtores e engravatados hollywoodianos, então não farei isso.

A progressão da história é idêntica. Perseu recebe sua missão. Perseu junta uma galera para acompanhá-lo na jornada. Perseu luta com uns monstros em cenas de ação sem personalidade. Finalmente, release the Kraken (só que aqui é o Cronos). Olha o spoiler: Perseu mata o monstro gigante como quem dá um peteleco numa joaninha. Anticlímax total. Acabou o filme.

Sim, meu amigo, não contentes em copiarem o roteiro e estrutura do primeiro exemplar ao pé da letra, conseguiram a proeza de repetir também um dos momentos mais broxantes do cinema de ação recente. E como é uma sequência, onde tudo tem que ser mais pintudo, Cronos é um monstrão de rocha e lava maior que uma montanha. Mesmo assim, o potencial épico desse confronto é novamente deixado de lado.

E dessa vez irrita ainda mais, porque toda hora falam nele e, embora ele só apareça mesmo no final, a ameaça e o medo que a simples menção de seu nome causam é o que move toda a trama. Para completar, as partes sem ação são deveras chatas e enfadonhas. Há muitas delas entre uma pancadaria e outra e todas são excessivamente longas.

Se você já viu o primeiro Fúria de Titãs, então também já viu a continuação. Nem precisa se dar ao trabalho de ir ao cinema. Contudo, se você gosta de coisa repetida e da sensação de coito interrompido, então este é o filme!