Tim Burton anda fazendo uns filmes bem mais ou menos ultimamente. São bons de assistir, mas estão bem longe de seus melhores momentos. Este Frankenweenie, por ser uma animação (coisa que o diretor fez pouco), e não ter o Johnny Depp nem a Helena Bonham-Carter, poderia trazer um novo frescor à sua obra.
Não é o caso, ainda que o filme seja bom. Bom, mas repito, longe de seus melhores momentos, assim como seus filmes live action recentes. Ou seja, no final das contas, tudo continua igual na Burtonlândia, para o bem ou para o mal.
Baseado em um de seus primeiros curtas-metragens, Frankenweenie, como o próprio nome diz, conta a história de Frankenstein para um público infantil. Victor Frankenstein é um menino inteligente, mas isolado. Seu único amigo é seu cão Sparky. Quando este apresunta devido a um acidente, é óbvio que Victor vai roubar seu cadáver e reanimá-lo em seu sótão.
Contudo, seu segredo vai acabar se espalhando entre seus colegas de classe, que consideram essa uma ótima ideia para ganhar a feira de ciências da escola. Agora o resto, só assistindo mesmo.
Visualmente, o longa tem todos os atributos conhecidos do diretor. A direção de arte e figurinos são impressionantes. O design bizarro dos personagens (todos os colegas de classe de Victor são assustadores, e o gato, em particular, é de fazer rir só de olhar pra cara dele). Tudo isso e a fotografia em preto-e-branco conferem um grande charme a este filme.
O visual também serve de referência a filmes de terror antigos. Na verdade, pelo caráter mórbido da história e as homenagens a filmes de terror, esta animação se parece muito com ParaNorman, com a diferença de que as homenagens de Frankenweenie são principalmente para com os filmes clássicos de horror da Universal. Mas ParaNorman é muito mais divertido!
Fãs e apreciadores do diretor Tim Burton devem gostar da animação, pois já sabem exatamente o que esperar dela. Isso é bom por um lado, ruim por outro, pois falta aquela magia de seus primeiros longas. Este é divertido, mas um tanto (um bom tanto, na verdade) burocrático. Dá para o gasto, mas podia render muito mais.