Feist (resenha + promoção!)

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Alguns jogos exibem suas influências orgulhosamente, deixando suas inspirações claras desde os primeiros segundos. No caso de Feist, a inspiração é claramente Limbo. Não apenas ele tem um visual muito parecido com o clássico indie da Playdead, seu gênero é basicamente o mesmo, um jogo de plataforma onde não basta pular, mas você precisa descobrir o que fazer e para onde ir para prosseguir.

Você controla uma bolinha de pelos e, assim como em Limbo, vê apenas as silhuetas. Isso possibilita que o jogo seja muito bonito, exibindo alto nível de detalhes, ao mesmo tempo que ele é surpreendentemente pequeno. Tendo entre 300 e 400 mega, talvez Feist seja o menor jogo instalado no meu PS4.

Embora seja atraente, o visual não muda muito ao longo de suas dez fases. Em um dos momentos mais impressionantes, você está acima de um lago que reflete as silhuetas de forma brilhante, mas em geral não há grandes diferenças entre as fases.

Já o gameplay, que é a verdadeira estrela aqui, este muda bastante. No começo, você apenas anda para a direita evitando inimigos e obstáculos, mas não demora para poder usar coisas do cenário. Sua bolinha de pelos se defende pegando e jogando pedras nos inimigos e até mesmo usando galhos como bastões. Você nunca chega a se sentir poderoso, no entanto. Os bastões quebram com um único golpe e as pedras dificilmente podem ser carregadas por muito tempo.

O mais próximo de uma defesa confiável são moscas que você pode segurar e utilizar seus ferrões como uma arma. Porém, quando você é atingido, a mosca escapa das suas garras e imediatamente usa seus ferrões contra você.

Na maior parte do tempo, Feist não te obriga a lutar. Na verdade, seu objetivo é sempre chegar do outro lado da fase, e os inimigos são apenas obstáculos. A única exceção é o que ele chama de “bestas”, que são bolinhas de pelos maiores e mais resistentes do que você. Eles costumam aparecer no final da fase, e o caminho só abre após você derrotá-los. Para isso, você deve usar tudo que estiver disponível no cenário.

Após muita tentativa e erro, minha estratégia mais confiável era pegar uma pedra, jogar na besta, o que a fazia recuar alguns passos, avançar, pegar a pedra e jogá-la novamente.

As bestas, porém, vão evoluindo. Se as primeiras que aparecem apenas te atacam com socos e arremessos, as mais avançadas vão se teleportar e até soltar hadokens. E tem uma fase em que três bestas atacam nossa bolinha de pelos preferida ao mesmo tempo. Pobre bolinha de pelos.

Feist é um jogo difícil e curto. Suas dez fases não costumam durar mais do que dez minutos cada, mas você vai morrer tanto que não é raro que o relógio do final mostre que passou vinte minutos ou mais em cada estágio.

Neste ponto, ele se torna um tanto frustrante. Tem uma sequência de fases, por exemplo, em que você é constantemente perseguido por aranhas. Mate-as e outras aparecem. Isso exige que você esteja sempre avançando, mas a coisa complica quando o caminho para avançar não é claro, fazendo com que você morra frequentemente sem saber o que fazer e para onde ir. Em outras palavras, terminar Feist exige um tanto de paciência.

Ele basicamente não tem história. Há algumas ceninhas não interativas entre as fases, mas elas servem basicamente para mostrar as bestas que você vai encontrar mais à frente. Só ao terminar, você vai entender qual era seu objetivo este tempo todo, o que lembra bastante jogos de outrora, como Black Belt.

Outra coisa que merece elogios por aqui é a total ausência de colecionáveis. Você pode pegar mosquinhas para recuperar sua energia, mas não há peninhas, Playboys e nada do tipo que exija que você fique explorando de forma desnecessária apenas para faturar uns troféus.

Há troféus, é claro, incluindo uma platina, e a lista é bem difícil, exigindo bastante habilidade e paciência para conseguir completá-la. Eu terminei o jogo tendo cerca de 20% dos troféus, o que é um placar mais baixo do que eu costumo ter em games.

Feist é um jogo bacana, um indie bem roots feito por basicamente duas pessoas. Não chega a ser tão impressionante ou marcante quanto Limbo, mas é uma boa diversão para uma tarde de sábado, especialmente se você se interessa pelo lado mais independente dos games.

E sabe o que é mais legal? Nós temos alguns códigos de PS4 para distribuir como presente de Natal aos nossos fiéis leitores. Quer ganhar uma cópia de Feist? Então curta a nossa página no Facebook e deixe um comentário nesta resenha respondendo: qual é a melhor forma de defesa para uma bolinha de pelos? As respostas que a gente mais gostar levam um código. Os vencedores serão escolhidos no dia 20 de dezembro. Participe e indique para os amigos.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
feist-resenha-promocaoAno: 2015 (PC), 13 de dezembro de 2016 (PS4 e Xbox One)<br> Gênero: Plataforma 2D<br> Plataforma: PS4, PC e Xbox One<br> Fabricante: Bits & Beasts<br> Versao: PS4<br> Distribuidor: Finji<br>