Desde a mais tenra idade, eu nutro um incomum interesse por alguns momentos de nossa história, em especial por dinossauros. Sempre gostei de tudo relacionado ao assunto, tive muitos álbuns de figurinhas com ilustrações dos bichões (alguém lembra do Monstros da Pré-História?), tive bonequinhos, assistia religiosamente todos os desenhos estrelados por eles, mas uma frustração se manteve desde então. Eu nunca tive a oportunidade de curtir um museu de história natural e ficar impressionado por esqueletos completos de Tiranossauros, Triceratops e afins.
Dito isto, você pode imaginar a minha alegria ao ver um outdoor anunciando a atual exposição da Faap, com uma imensa foto de um esqueleto de dinossauro e a frase dizendo que “Desta vez foi longe demais. X milhões de anos”. Em questão de milésimos de segundos, voltei a ser aquela criança que sonhava em ser arqueólogo e em visitar museus ao redor do mundo. E se você já teve a oportunidade de visitar essa exposição, com certeza concorda comigo: não foi dessa vez que realizei um dos meus sonhos de infância.
Pois é, ao contrário do que o outdoor dava a entender (se tem uma coisa pior que propaganda é propaganda enganosa!), esta não é uma exposição de dinossauros, mas uma exposição sobre a Chapada do Araripe (quê?). Ou seja, vemos pedras, fósseis de peixinhos, fósseis de aranhas, plantinhas, filminhos, mas dinossauro que é bom nada. Bom, para não dizer nada, tem algumas réplicas (Réplicas?? Me desculpe, mas para ver réplicas, prefiro assistir Família Dinossauro em casa) de esqueletos de pterodátilos (aqueles dinossauros meio “pássaros”) e de um outro menos cotado que eu nem lembro o nome (e olha que eu já fui expert em dinossauros). Ou seja, foi uma das maiores frustrações do ano na área cultural, tudo graças a uma propaganda enganosa, que divulgou que a exposição era algo que não era.
Então encare essa resenha como um aviso. Vá a essa exposição apenas se você gostar de ver peixes mortos. Eu, particularmente, prefiro vê-los em uma loja de animais. É muito mais bonitinho e milhões de vezes mais interessante.