Eu, Robô

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A Fox está marcando bobeira em alguns de seus últimos trailers, algumas vezes revelando um pouco mais da história do que deveria. Peguemos O Dia Depois de Amanhã, por exemplo. O trailer dá a entender que o filme mostrará o fim do mundo logo em seu início, e que a trama mesmo seria a humanidade tentando se recuperar do baque da nova era glacial. Quem assistiu ao filme, sabe que não é assim. Ele, na verdade, mostra a humanidade contra o fim do mundo. Erro semelhante está no trailer de Eu, Robô, onde espectadores que não conhecem a obra de Isaac Asimov (eu, por exemplo), podem achar que o filme mostra a luta dos robôs contra a humanidade e que o assassinato foi só o primeiro passo da revolução robótica. Essa impressão é errada.

Tudo começa com o aparente suicídio do Dr. Alfred Lanning (James Cromwell), criador das três leis da robótica, que protegem os humanos dos robôs. Todos concordam que o cara se suicidou, menos o detetive Del Spooner (Will Smith), que odeia robôs. Este, então, vai conduzir uma extensa investigação para provar que está certo e, se tudo der certo, destruir alguns robôs no caminho.

O futuro criado para a história é muito legal. Os carros têm piloto automático, robôs passeiam entre os humanos, estacionamentos guardam os carros como sardinhas em lata. Tudo muito semelhante ao desenho Futurama, mas com robôs mais bonzinhos. E tudo isso vai acontecer só daqui a 20 anos, ou seja, nós viveremos para ver isso. 

Um destaque do filme vai para a direção de Alex Proyas. Assim como em Homem-Aranha 2, o diretor conseguiu me lembrar de sua existência sem ser chato. Com excelentes movimentos de câmera, Proyas torna a ação do clímax ainda mais frenética. Mas cuidado, não confunda excelentes com criativos, já que boa parte dos movimentos e efeitos são chupadaços de Matrix. Mas o grande destaque vai mesmo para Will Smith. Quem conhecia o cara desde a série Um Maluco no Pedaço (Fresh Prince Of Bel Air), ou mesmo da época em que ele fazia Rap sob a alcunha de Fresh Prince, não imaginava que ele ia chegar nesse nível. Tem uma cena, onde ele chega até a chorar. E não é aquele tipo de choro que o cara pisca e cai uma gota de água pelo rosto. É um choro sem lágrimas, onde o olho fica apenas vermelho e umedecido, como se estivesse segurando o berreiro, manja? Muito bom. Dizem que ele já tinha mandado bem em Ali, mas como não assisti esse, fiquei agradavelmente surpreso com a atuação do rapaz. Outra que está bem no papel é Bridget Moynahan (que boca tem essa mulher), como a cética Dra. Susan Calvin. Também merece destaque Alan Tudyk, que faz a voz do robô Sonny.

Aliás, falando em robôs, creio que vai demorar algum tempo até alguma empresa de efeitos especiais alcançar a excelência em computação gráfica que vimos no personagem Gollum (Senhor dos Anéis). Assim como em Garfield, os efeitos de CG deixam muito a desejar, comumente entregando que os atores estão olhando para o nada.

O filme também tem outras falhas. Para começar, a história Homem X Máquinas já foi contada dezenas de vezes. Desde músicas do Judas Priest até diversos filmes como A. I. e Exterminador do Futuro. E se pensarmos no combate Criador X Criatura temos desde Frankenstein até, por que não, Todo Poderoso. Outra falha é que o motivo para o detetive odiar robôs parece um tanto superficial. Afinal, o robô realmente precisava ter escolhido alguém (quando você assistir vai sacar o que quero dizer).

Mas tirando esses pequenos inconvenientes, Eu, Robô é divertido pra caramba. A história é bem conduzida, os atores são bons e o final surpreende (mas não muito). Fãs de ficção científica, ação ou policial, não deixem de assistir Eu, Robô.

Eu, Robô estréia nessa quinta, 5 de agosto.

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