Encontro Delfiano 2011

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Atenção: O relato abaixo apresenta uma mistura de elementos factuais, humorísticos e fictícios. Esperamos que você tenha o bom senso de discernir adequadamente cada um destes elementos para, desta maneira, poder captar a real dimensão do evento.

6:52 AM – CURITIBA

Estava eu em uma deserta ilha paradisíaca, deitado em uma aconchegante espreguiçadeira, tomando um drinque delicioso e observando as ondas se quebrarem na areia. Quando minha bebida acabou, estiquei o braço e estalei os dedos. Prontamente, a Scarlett Johansson saiu da pequena cabana que ficava ali perto, com um uniforme típico de empregada de filme pornô, trazendo para mim um novo drinque.

Aquela cena, naquele cenário, era uma coisa absolutamente embasbacante, e eu não pude deixar de assistir enquanto ela se aproximava de maneira insinuante. Como se para coroar este momento épico, ouço os primeiros acordes de uma das minhas músicas favoritas inundarem o ambiente.

Eu não sabia de onde vinha a música, mas ela certamente contribuía para deixar a cena ainda mais legalzuda. Fechei os olhos por um instante e respirei fundo, avaliando quão sortudo eu era por desfrutar daquele momento.

Ao abri-los novamente, a Scarlett já não estava mais ali. A paisagem perfeita se desfazia ao meu redor, e tudo começava a tremer enquanto a música tremendona aumentava.

Definitivamente isso só podia significar uma coisa: holy crap, eu estava acordando!

By the way, a música que me acordava era o despertador do meu celular, e se chama Stone the Crow, da banda Down. Se você não conhece e quer ouvi-la sem ter que dormir comigo, basta clicar no play aí embaixo!

Sim, você viu certo: o vocalista é o Phil Anselmo, e o baixista é o Rex Brown, ambos do finado e eternamente tremendão Pantera. O relógio marcava 6:52 da manhã. Ao constatar que era um sábado, quase taquei o celular no gato, mas felizmente meus olhos deslizaram para o dia, 12 de fevereiro. “Holy fuck, hoje é o dia do Encontro Delfiano”, pensei com os meus botões! o/

Após ativar a função soneca (que dura oito minutos, por isso o horário programado era 6:52), levantei, acordei a patroa – que se chama Stela, mas no decorrer do texto chamar-se-á Sra. Pixáiti – e fui para o banho.

Banho tomado e café da manhã na barriga, eu e a Sra. Pixáiti ganhamos uma carona familiar até o Aeroporto Internacional Afonso Pena – que fica longe pra burro, na “região metropolitana” de Curitiba – de onde nosso voo sairia no peculiar horário das 9:43. Não, não era às 9:40 nem às 9:45, era às 9:43, mesmo. Vai entender.

9:43 AM – O VOO

Chegamos ao aeroporto, e enquanto nos encaminhavámos para o check in, a Sra. Pixáiti ficou levemente irritada com um bando de groupies delfianas que me reconheceu, e me cercou efusivamente em busca de autógrafos, fios de cabelo e explicações sobre o que faz um produtor de cinema. Após atender todas as fãs, lembrei a Sra. Pixáiti que namorar uma figura pública demanda alguns sacrifícios, e que ela deveria se preparar para o pior, visto que no Encontro Delfiano o número de groupies seria exponencialmente maior.

Depois do check in (que é uma experiência deveras desconfortável para mim, pois sempre tenho que me desfazer de todos os meus bens metálicos – inclusive o cinto que me segura as calças – para passar), embarcamos no avião, sendo recebidos com euforia pelas aeromoças e pessoalmente pelo piloto do avião, um delfonauta convicto que lamentava muito não poder ir ao Encontro por conta do trabalho. Dei-lhe um autógrafo, e lembrei-lhe que o trabalho dignifica o homem. Ele sorriu emocionado, e voltou para a cabine, com uma lágrima escorrendo de seus olhos.

Ao final da demonstração das normas de segurança – que desta vez foi convenientemente feita ao som de Metallica, enquanto as aeromoças bangueavam compulsivamente suas cabeças – a decolagem teve início pontualmente às 9:43. Voar sempre é uma coisa legal, e mesmo em voos curtos como o Curitiba-São Paulo – que dura cerca de 40 minutos – muitas coisas legais podem acontecer.

Após a estabilização da aeronave, a primeira destas coisas legais aconteceu. Uma bela aeromoça ruiva, usando um uniforme que certamente não seria aprovado por muitas outras companhias aéreas, passou pelo corredor distribuindo generosas porções de bacon aos passageiros. Ao chegar à minha poltrona, ela foi enfática em sua insinuação de fazer qualquer coisa para tornar meu voo mais agradável, mas eu sorri constrangido e lhe disse que apenas o bacon estava ótimo.

Autografei-lhe a saia e agradeci sua dedicação ao trabalho, atividade que certamente dignifica também as mulheres. Estranhamente, a Sra. Pixáiti ficou um pouco enciumada por este episódio, e eu a relembrei do que já havia lhe dito nos corredores do aeroporto.

Depois disso, atendendo a calorosos pedidos de passageiros e tripulantes, utilizei o interfone do avião para sugerir alguns bons jogos de videogame para todos. O som de dezenas de lápis arranhando folhas de papel para anotar meus valorosos conselhos encheu o ambiente, seguido da gritaria dos pedidos de autógrafos.

10:30 AM – A CHEGADA

Pousamos no Aeroporto Internacional de Guarulhos por volta das 10:30. Após nos localizarmos, liguei para o delfiano Allan Couto, que gentilmente se ofereceu para nos buscar no local. Ele demorou um bocado para nos encontrar, mas a demora foi justificada, pois uma insistente aglomeração de groupies o cercou em busca de autógrafos, fios de cabelo e dicas de bons álbuns de rock alternativo.

Como sou de outra cidade, este era o meu primeiro encontro in loco com os delfianos paulistas. A primeira impressão que tive do Allan foi a de que ele é um cara pacífico e gente boa, um pouco quieto, mas que pontua seus diálogos com frases de efeito que imediatamente se tornam clássicos no inconsciente coletivo delfiano.

Mesmo sem nunca termos nos visto pessoalmente, o reconhecimento foi imediato, talvez pelas groupies que circundavam ambos (algumas me aguardavam no desembarque segurando plaquetas com meu nome), talvez pelo fato de eu estar com uma camiseta do Darth Vader.

Após realizarmos o complexo cumprimento delfiano secreto, ele nos conduziu até seu carro, onde seu irmão Luan aguardava para nos levar até uma estação de metrô próxima. Sabiamente, o delfiano Allan não quis ir de carro ao Encontro, visto que a aglomeração maciça de delfonautas na Avenida Paulista complicaria o tráfego de automóveis na região.

12:30 PM – A BASE DELFIANA SECRETA

A primeira parada seria na Base Delfiana Secreta, que fica nos subterrâneos do apartamento do Corrales. Chegamos lá após um breve passeio de metrô, seguido por um breve passeio de ônibus e uma breve caminhada sob o calor escaldante de São Paulo. Sou do sul, e para mim o ápice do verão fica na casa dos 25 graus. A temperatura paulista certamente estava uns 15 graus acima disso, o que é bem desagradável.

No prédio do Ditador, outro fato pitoresco: dividimos o elevador com uma senhora que conduzia dois simpáticos e curiosos Greyhounds, aqueles cães de corrida compridos e magricelos, manja? Ela falou brevemente sobre a honra de morar no mesmo prédio do Ditador, e desceu prometendo estar no vão do MASP às três da tarde.

Ao chegarmos ao andar correto – que carece de escaneamento de retina para ser acessado – fomos recebidos pelo delfiano/Ditador Supremo Carlos Eduardo Corrales. Repetimos o cumprimento delfiano secreto, e fomos convidados a entrar. Minha primeira impressão do Corrales foi de que ele é um cara atencioso, simpático e muito grande.

O apartamento do Corrales é muito legal, decorado com uma peculiar mistura de coisas novas e antigas. Há um piano, uma penteadeira (?!) e lustres ricamente adornados dividindo espaço com bonecos do Sr. Cabeça de Batata (inclusive um Batata de Ferro), figuras de ação das Tartarugas Ninja, livros, HQs, games e um acervo de DVDs/blu rays/CDs de fazer inveja a muita gente.

Após despacharmos a bagagem em nossos aposentos, fomos levados até a Base Delfiana Secreta, acessada por um elevador oculto na parede que só apareceu depois de o Ditador demonstrar extremo talento ao tocar com perfeição Free Bird no piano supracitado. Para sua sorte, este momento eu consegui registrar em vídeo:

Prometi manter sigilo de tudo o que vi ali – incluindo os detalhados estratagemas de dominação global, a criação particular de raros bodes albinos de um chifre só para sacrifício, e as ruivas aprisionadas em celas repletas de bacon – mas o meu encontro com o Alfredo é algo que deve ser mencionado.

A pequena fera dormia em um enorme amontoado de bacon, e pequenas nuvens de fumaça escapavam de suas narinas. Com reverência, me ajoelhei e estendi o bode sacrificado que trouxera de Curitiba, o que despertou a atenção do dragão. Quando ele me fitou com seus escaldantes olhos verdes, declamei o juramento delfiano secreto, e ele se aproximou com imponência. Farejou-me, e tocou minha testa com seu focinho escamoso, o que certamente era um sinal de que eu estava aprovado em seu julgamento.

Em seguida, virou-se e começou a devorar a oferenda. Eu perguntei ao Corrales se podia tocá-lo, mas ele disse que são necessários muitos anos até que um dragão confie plenamente em um humano a ponto de permitir tal contato. Ele acariciou a cabeça chifruda do Alfredo, que emitiu um som semelhante ao ronronar de um gato, e nós voltamos ao apartamento.

13:30 – O VÃO DO MASP

Após alguns rápidos preparativos, deixamos o prédio e fomos almoçar. Optamos pela caminhada, visto que o trânsito certamente estaria caótico pelos motivos já mencionados. Após alguns contratempos com groupies, fomos a uma conhecida rede de fast food, próxima ao local do Encontro Delfiano.

No almoço, descobri um interessante lance de São Paulo, que envolve CPFs, notas fiscais e reembolso de grana de impostos. Nota mental: utilizar minha influência delfiana para convencer a prefeitura de Curitiba a estudar a implementação de tal lance na cidade.

Durante o almoço, conversamos sobre uma variedade de assuntos importantes: filmes bizarros, pornografia, marketing, dominação global, e coisas do tipo. O Corrales ficou surpreso ao ver que a Sra. Pixáiti pediu um sanduíche de peixe, pois segundo ele, ninguém pede tal prato nesta conhecida rede de fast food.

Devidamente alimentados, nos encaminhamos ao vão do MASP, local que seria o ponto de encontro entre delfianos e delfonautas. Conforme nos aproximávamos, passávamos por centenas de delfonautas em potencial, e um grupo mais caloroso deles chegou a executar uma batucada do outro lado da rua para saudar nossa chegada.

Embora eu estivesse encarregado de anotar tudo para redigir este texto, confesso que perdi muitos nomes no turbilhão de delfonautas e groupies em potencial que nos engolfou. Vou mencionar apenas os nomes (ou apelidos) daqueles com quem tive mais contato, mas fique avisado que com isso estarei sendo desrespeitoso aos milhares de delfonautas em potencial com os quais não pude interagir apropriadamente.

Ao longe, avistamos o delfiano Carlos Cyrino, confortável em seu visual grunge descolado. A multidão abriu espaço emocionada para que pudéssemos realizar o cumprimento delfiano secreto, todos sob juramento de não filmar ou fotografar este momento solene. Várias das groupies desmaiaram de emoção. Minha primeira impressão do Cyrino: ele é um cara tranquilo, sorridente e pontual.

Em seguida encontramos o delfonauta Rafael Chagas. Talvez você não saiba, mas ele é um dos donos da legalzuda loja de sonhos de consumo nerd Planeta Super-Herói, que contribuiu com os legalzudos brindes de Harry Potter. By the way, a foto lá de cima mostra nosso amigo Rafael e nosso amigo Corrales, posando com os cobiçados prêmios. Infelizmente, ele não poderia ficar conosco por motivos profissionais, mas como a gente sabe que o trabalho dignifica o homem, deixamos passar.

Com o passar do tempo, a multidão dispersou um pouco, o que foi bom, pois nos permitiu fazer um inédito book fotográfico delfiano deveras trüe, com a maior parte da cúpula delfiana reunida. Assim que terminamos de tirar as fotos, chega o nosso companheiro delfiano Homero de Almeida, o que nos obriga a tirar todas as fotos novamente, desta vez contando com sua ilustre participação. Minha primeira impressão do Homero: um cara inteligente, divertido e nada pontual. =D

A Sra. Pixáiti foi a fotógrafa oficial do book trüe e o visual urbano predominante nas vestimentas delfianas, aliado às poses deveras criativas, acabou deixando o álbum com cara de encarte de CD do Charlie Brown Jr e sua banda quase cover, O Surto. Aliás, algumas composições deles foram cuidadosamente analisadas pela gente, e a eleita como a de melhor e mais poética letra foi essa:

Definitivamente, “você me pira o cabeção” é a declaração de amor que toda garota sonha em ouvir. Bom, algumas das fotos do encarte do nosso álbum você pode conferir na nossa galeria.

15:00 – 16:30 – OS DELFONAUTAS

A primeira delfonauta que nos abordou foi a sempre participativa Joanna L!s, ou Joanna Lis. Ela não se importou em elaborar uma chegada triunfal, pois de tão trüe e dedicada que é, já havia garantido o seu exemplar do Cyrilivro no dia do lançamento.

Enquanto aguardávamos a apresentação formal das centenas de delfonautas em potencial que estavam ao nosso redor, constatamos um novo fato deveras bizarro: em uma rodinha próxima, um grupo de rapazes sentados no chão planejava a marcha da maconha. Puxa, não?

Além disso, nossos companheiros Cyrino e Homero protagonizaram um diálogo brilhante: em um assunto aleatório sobre celulares, o autor do Cyrilivro ofereceu seu celular ao Homero (cujo telefone portátil tinha recentemente pedido arrego), que perguntou “o seu celular é Claro e está desbloqueado?”, ao que o Cyrino prontamente respondeu: “não, o meu é Nokia”. Um deles não entende nada de telefonia móvel, mas eu não vou te contar qual é.

O próximo delfonauta a nos abordar oficialmente foi o também dedicado e participativo Leandro Schwind, vulgarmente conhecido como ledzippn. O prazo de espera já havia estourado, mas como o sol havia dado uma trégua, resolvemos nos acomodar em um canto do vão do MASP na espera de eventuais delfonautas atrasados.

E eles não tardaram a chegar (ou tardaram, visto que já estavam atrasados). E para nossa surpresa, eram dois delfonautas que acessam o site, mas não tinham um login, ou seja, você nunca os viu nos comentários. Sinta vergonha, caro delfonauta que tem login e se acha dedicado: dois delfonautas que sequer tinham login no site compareceram ao Encontro Delfiano, e você não! Shame on you!

A dupla dinâmica era composta por Rafael Augusto de Lima e Giulia Carolina Trecco Vaz. Acredito que a esta altura ambos já tenham oficializado sua trüeza delfonáutica criando logins exclusivos, então se os senhores estão lendo isto, por gentileza, apresentem-se para a turminha nos comentários.

O possível login do Sr. Rafael foi sugerido por ninguém menos que o Cyrino. Como vencedor da abordagem mais original (que eu não vou contar qual foi, mas quem estava lá viu), ele ganhou um Cyrilivro, e ao pedir uma dedicatória ao autor, sugeriu que o mesmo lhe indicasse um pseudônimo. Sagaz que só, Cyrino dedicou seu “cyritógrafo” ao novo delfonauta, Cyri Cascudo. Qualquer semelhança com o restaurante de um desenho animado é mera coincidência.

Esperamos mais um pouco, e como mais nenhum dos delfonautas em potencial se manifestou (embora tenhamos sido abordados várias vezes para coisas aleatórias tipo tirar fotos de estranhos ou ceder cigarros), decidimos começar de uma vez o Encontro Delfiano propriamente dito.

17:00 – ENCONTRO DELFIANO: PARTE I

Como bom botequeiro, o Cyrino sugeriu que fôssemos a um barzinho ali perto. Nos acomodamos, pedimos uma rodada de bebidas e brindamos ao DELFOS, às ruivas com bacon e a tudo que há de legal e brindável no mundo.

As conversas que rolaram na mesa foram das mais variadas. Cinema, música, séries de TV, literatura, jogos de videogame… enfim, tudo que tem a ver com o DELFOS. Se você não foi, shame on you!, pois perdeu um bate-papo engraçado e descontraído sobre tudo o que certamente te interessa.

Após a primeira rodada, um cidadão de uma mesa próxima resolveu fumar ao lado de uma placa de “proibido fumar”. O mais estranho é que, ao consultarmos uma atendente do local sobre isso, ela disse que ali era permitido fumar. Tipo, se o bagulho é permitido, por que diabos há uma placa proibindo? Isto deixou claro que algo estava errado com aquele lugar, e temendo uma investida surpresa do Torquemada, decidimos abandonar o local.

18:00 – 23:00 – ENCONTRO DELFIANO: PARTE II

Caminhamos pela Paulista e pela Augusta em busca de um novo local para continuar o Encontro. A cada passo dado, o Cyrino praguejava pelo fato de estar ficando cada vez mais afastado do local onde estacionara seu carro.

Finalmente, achamos outro lugar aconchegante e descolado, o “Espaço Cultural Ícone”. Este é um daqueles estabelecimentos multimídia que serve de barzinho, café, livraria e lan-house. Nos acomodamos, pedimos bebidas variadas (de cerveja a cappuccino) e brindamos a Valhalla, à trüeza e a tudo mais que há de legal e brindável no mundo.

Por falar em brindes, eu aproveitei este momento para disseminar um pouco de minha vasta bagagem cultural botequeira aos presentes. Um ditado muito popular por aqui é “beber sem brindar, sete anos sem trepar”. Como ninguém gostaria de ser vítima de tal maldição, vários brindes efusivos foram feitos. O Corrales pareceu excepcionalmente preocupado com isso, pois sugeria um novo brinde cada vez que enchia seu copo. Tranquilizei-o dizendo que a primeira brindada já nos havia imunizado da castidade forçada.

Continuamos conversando animadamente sobre tudo aquilo que interessa ao público delfonauta, logo, se você perdeu, shame on you!, meu caro. Entre outras coisas, o que me surpreendeu na conversa foi o fato de que o Homero é praticamente uma versão nerd do Robert Langdon, protagonista de O Código da Vinci e Anjos e Demônios: acredite, meu caro, o Homero já esteve no topo da Capela Sistina, visitou o Museu do Vaticano e até salvou o Papa de um atentado terrorista! Sério, eu quero ser igual ao Homero quando crescer!

Após algumas horas de conversa e bebedeira, a fome começou a pintar, então fomos ao cardápio em busca de algumas porções. Neste estabelecimento, as porções têm nomes bem singulares: a porção de batata frita se chama Playboy, a de polenta se chama Penthouse e a de mandioca é a G Magazine. O Homero insinuou interesse na G Magazine, o que rapidamente me fez reavaliar minhas perspectivas sobre querer ser como ele quando crescer.

Por falar em crescer, é válido ressaltar que eu fui carinhosamente chacoteado como o hobbit dos delfianos. O Corrales tem mais de 1,90m de altura (fato que o Homero questionavelmente assinalou como sendo “a mesma altura do Superman”), o Allan quase isso, e o Homero idem. O mais baixo é o Cyrino, mas ainda assim ele é um pouco mais alto do que eu. Antes que você ache que eu sou um pigmeu ou algo do tipo, ressalto que tenho gloriosos 1,72m, ou seja, sou um cara de altura “normal”. O lado ruim é que o “normal” faz de mim um hobbit ao lado dos demais delfianos . O lado bom é que eu não corri o risco de ser escalpelado pelo teto baixo de um dos ambientes do local, ao contrário do Corrales, que voltou praguejando em uma das vezes que saiu da mesa para autografar os seios das insistentes groupies. =]

Pedimos algumas Playboys (porções de batata frita) e continuamos papeando. A Sra. Pixáiti pediu um daqueles “drinques de menininha” que misturam licores, frutas e leite condensado, ao que o Corrales ficou deveras interessado. Pois é, caro delfonauta, nosso querido Ditador, o cara que já escalou um vucão ativo, curte drinques de menininha. Fazer o quê, né?

Infelizmente, algumas horas depois, nossos célebres delfonautas sem login, Rafael e Giulia, tiveram de ir embora, seguidos um tempo depois pelo delfiano Allan, que tinha de trabalhar no domingo de manhã. Desfalcado, nosso grupo ficou por lá mais um tempo, e em seguida alguém sugeriu que fôssemos para uma pizzaria, visto que as Playboys já haviam acabado há tempos. A Sra. Pixáiti e o Homero fizeram meticulosos cálculos para que todo mundo pagasse um valor justo, e em seguida deixamos o local. Tudo isso rolou ao agradável som imaginário de Mama Said, da minha banda preferida, o Metallica:

23:00 – 2:00 AM – ENCONTRO DELFIANO: PARTE III, OU RUA AUGUSTA FREAK SHOW

Seguimos pela Rua Augusta – que estava apinhada de gente – em busca de um restaurante que o Corrales achava que era perto dali. Descemos várias quadras desta famigerada rua, sempre ouvindo o praguejar do Cyrino pela distância que continuava aumentando entre ele e seu veículo. Aliás, a tal da Rua Augusta é deveras bizarra.

Aqui em Curitiba, as tribos urbanas frequentam seus locais preferidos, mas uma coisa fica bem distante da outra. Existem baladas country, baladas rockers, baladas GLBT, barzinhos para todos os gostos e alguns estabelecimentos de “diversão para adultos”, mas cada coisa fica em um canto, e consequentemente cada tribo também.

Em São Paulo, as coisas são BEM diferentes. A Augusta abriga de tudo um pouco, e a mistureba de pessoas, tribos e estabelecimentos que convivem juntos é muito bizarra para quem é de fora. Ao lado de um boteco há uma balada, ao lado da balada há um prostíbulo e, na sequência, temos um restaurante relativamente chique e outra balada, seguida por outro prostíbulo.

Metaleiros bêbados e mal barbeados dividem espaço com emos andróginos cheios de piercings, patricinhas de minissaia emperiquitadas para a night e pirralhos skatistas que se aventuram na noite com seus amigos. Não conheço muito da cidade, mas de acordo com o Homero, a Augusta apresenta “um panorama geral” da cidade. Medo. o.O

Soube que antigamente a rua toda era dominada pela prostituição, o que é bem cabuloso. Os “inferninhos” denunciam isto, e um é mais esquisito que o outro. Um deles, chamado Emanuele, tinha sua fachada adornada com mosaicos de unicórnios (?!) e um outro lugar escuro e estranho chamado Inferno (com letreiro de neón vermelho) curiosamente não era um “inferninho”, mas uma baladinha rocker. Vai entender.

Finalmente chegamos ao tal restaurante, mas infelizmente nosso valoroso companheiro ledzippn abandona o barco pouco depois de sentarmos, alegando ter que ir a uma festa no dia seguinte. Maldita popularidade! Agora só ficamos com a ilustre presença delfonáutica da Joanna L!s, que não se intimidou pela cúpula delfiana e não deixou o assunto morrer durante todo o jantar. Ramones, Stanley Kubrick, o reboot de Homem-Aranha, Social Distortion e 500 Dias Com Ela foram alguns dos temas abordados, para você ter uma leve noção de tudo o que perdeu ao não comparecer. Shame on you, delfonauta cabeça de mamão!

Após o jantar – a pizza estava deliciosa, é válido ressaltar – a Joanna L!s teve de nos deixar, pois dependia da carona do irmão para ir embora. Ainda assim, isso só foi acontecer por volta das duas horas da manhã, o que faz da Joanna L!s a delfonauta mais trüe do Encontro Delfiano 2011, pois foi a primeira a chegar e a última a ir embora! Hell yeah! o/

Com esta última debandada, estava quase que oficialmente encerrado o – e possivelmente o último – Encontro Delfiano. Os delfianos remanescentes despediram-se com uma rodada final do cumprimento delfiano secreto e tomaram cada um o seu caminho (ou não, visto que eu, a Sra. Pixáiti e o Homero ficaríamos hospedados no apê do Corrales). Na prática, então, o único que seguiu seu caminho foi o Cyrilove. Assim, deixamos a balbúrdia e a bizarrice da Rua Augusta para trás.

Já no aconchego da Base Delfiana Secreta, eu, o Corrales e o Homero ainda ficamos conversando sobre assuntos variados até umas cinco horas da manhã. Mas isto já é uma outra história…

CONCLUSÕES DELFIANAS

Péra aí, Pixáiti, como assim “possivelmente o último Encontro Delfiano? o.O

Pois é, caro, delfonauta, conforme eu te disse aqui, pode ser que este tenha sido o último ENCONTRO ABERTO SUPER-MEGA-TREMENDÃO ENTRE DELFIANOS E DELFONAUTAS de todos.

Primeiro, porque 2012 tá aí, e consequentemente o fim do mundo também. Segundo, porque conforme já dito, se não batêssemos um recorde de participantes este ano, colocaríamos na balança a possibilidade de realizar uma próxima edição.

Não estou te dando uma bronca, caro delfonauta cabeça de mamão que não compareceu. Tenho certeza absoluta de que cada delfonauta que não compareceu teve seus motivos, e isso é totalmente compreensível.

Também não estou batendo o martelo sobre o assunto, visto que não tenho autonomia para tal. Estou apenas constatando um fato. O grupo que reunimos no último sábado foi fantástico, todo mundo conversou muito e deu muita risada, mas é lógico pensar que tudo seria ainda mais divertido se mais delfonautas tivessem aparecido.

A gente já se diverte pacas lendo as trocas de comentários que rolam por aqui, então pense em quão épico seria se todo mundo que comenta (e também quem não comenta, mas acessa) estivesse reunido em um mesmo lugar, confraternizando, brindando e conversando sobre assuntos de interesse coletivo?

Na minha singela opinião, o dia 12 de fevereiro de 2011 vai ficar para a história. Logicamente, por ser o meu primeiro Encontro Delfiano, bem como o Encontro Delfiano que mais teve participação de delfianos.

Mas, principalmente, o dia 12 de fevereiro de 2011 vai ficar marcado como o dia em que em eu fiz alguns amigos realmente trües. Se você também foi, acredito que pode se orgulhar por poder dizer o mesmo. Se você não foi, eu só tenho uma coisa para lhe dizer: shame on you!perdeu, playboy”! =D

P.S. Você percebeu que eu não mencionei quem ganhou os legalzudos bonequinhos do Harry Potter, oferecidos pela loja Planeta Super-Herói? Pois é, nenhum dos delfonautas participantes quis entrar na brincadeira proposta para levar o prêmio (agir como se estivesse sofrendo a maldição Cruciatus), e portanto, resolvemos dar outro destino para os bonequinhos, o que significa que mesmo os cabeças de mamão que não foram terão uma chance de ganhar. Mantenha-se delfonado para saber como vai ser!

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