Alguns jogos são imediatamente familiares. Isto é especialmente verdade para esta leva de jogos retrô, que visam homenagear glórias passadas dos games. Dragon Bros tem suas influências nos lugares certos, uma vez que remete a clássicos atemporais como Contra e Mega Man.
Aqui você controla um dragão adolescente que visa salvar a sua mãe raptada, mas tal qual o glorioso passado dos games, isso é mostrado em algumas figuras estáticas que só aparecem no início e no fim do jogo. Todo o resto é ação pura, com pouca ou nenhuma pausa, até mesmo para loadings.
O visual e as músicas puxam dos lugares certos, pois não emulam as limitações do Nintendinho, mas o audiovisual extremamente superior do Super Nes. O visual é pixelado, porém bem simpático e bonitinho, e as músicas, todas chiptunes, são realmente marcantes, dignas das melhores trilhas do passado.
O jogo, no entanto, não é muito marcante. Você pula, desvia de obstáculos e atira. O tiroteio lembra bastante Contra enquanto a parte de plataformas lembra mais Mega Man. A dificuldade, no entanto, é bem mais controlável do que as de suas inspirações: ele pode ser muito difícil, mas apenas se você quiser, graças a cinco opções de dificuldade. Na padrão, eu joguei com certa tranquilidade, tendo alguma dificuldade nos chefes, mas em geral a coisa estava azeitada.
“DRAGON BROS TEM UMA DIFICULDADE AZEITADA”
Além de tiros e pulos, você pode atacar soltando fogo, que é o equivalente a um soco e, embora seja mais forte do que os tiros, acaba sendo quase inútil, uma vez que o combate não é pensado para ser levado no corpo a corpo.
Sua arma padrão tem munição ilimitada, e solta tiros lentamente se você ficar segurando o gatilho, o que obriga a ficar martelando o botão quase o tempo todo, em especial nos chefes, que resistem a algumas centenas de balas.
Você pode pegar armas melhores pelo cenário, como escopetas, metralhadores e lança-mísseis, mas todas elas usam munição limitada, e quando acaba você volta para sua arminha padrão. O destaque vai para a arma laser, que é extremamente eficiente e poderosa, além de vir com mais munição do que as mais comuns. Só é uma pena que o jogo limite você a atirar em oito direções, tal qual Contra, uma vez que é comum os inimigos atacarem você entre os ângulos de seus tiros.
Há também um ultra, que dá uma turbinada absoluta na arma que você estiver carregando por alguns segundos, com o custo de que toda a munição será usada. Novamente, o destaque vai para o laser, cujo ultra passa um raio na tela que faz miséria com todos os seus desafetos.
O ultra é carregado por moedinhas que os inimigos soltam ao morrer e pode ser usado com frequência, uma vez que a barrinha carrega rapidinho, com algumas poucas moedas coletadas. Uma boa estratégia é usar o ultra assim que a barra encher quando você estiver com a arminha padrão ou aguardar os últimos tiros de uma arma melhor, o que acaba servindo como uma expansão pintuda da munição.
Uma coisa que desanima um pouco é que o jogo para com frequência para te obrigar a matar todos os inimigos antes de progredir. Estas arenas estão presentes em todas as fases, e são bem menos interessantes do que ir avançando e exterminando plebeus que estão no caminho. Felizmente, as arenas, embora comuns, não são tão longas quanto em outros jogos do gênero, e há checkpoints a rodo por aqui.
Dragon Bros é um jogo simpático e divertido, mas não é único ou especial o suficiente para se destacar rumo a tantos jogos retrô que têm saído nos últimos meses. É recomendado para quem tem saudades de algo na linha Contra e Mega Man, mas não espere uma experiência tão marcante quanto a destes clássicos.