Depeche Mode – Violator

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O clássico Violator do Depeche Mode foi o responsável pela popularização do bom synth-pop, sem contar que nele estão músicas famosas mundialmente que já tiveram regravações feitas pelo Sonata Arctica, Lacuna Coil, Johnny Cash, Entwine e The Cure, por exemplo.

O álbum que ainda pega o resto do “dark” de Black Celebration e a fórmula comercial de Music For The Masses, abre com a sexy e simples World In My Eyes, com a presença de sintetizadores que comandam a atmosfera e os toquezinhos de bateria elétrica. E foi regravada pelo Sonata Arctica em um EP.

Em seguida, a “bonitinha” Sweetest Perfection deixa a marca registrada da negatividade na música pelos teclados de Martin Gore, que também canta na música e a voz mais encorpada de Dave Gahan. Aí vem o primeiro clássico: Personal Jesus. Tem uns acordes de baixo junto com os sintetizadores que deixaram a música muito legal, juntamente com o retorno da voz arrastada de Gahan. Além de ser um dos singles de Violator e não ter nada a ver com a musicalidade dos álbuns anteriores, essa música teve uma propaganda bem bolada pelo diretor Anton Corbjin, o que a fez ser um sucesso na Inglaterra e nos EUA. E foi regravada pelo Marilyn Manson para sua coletânea.

Halo é uma música bem parecida com Sweetest Perfection, que utiliza teclados mais direcionados a uma linha clássica, ficando em primeiro plano em relação aos sintetizadores. Waiting For The Night é um soporífero e não deveria estar aqui mesmo, mas achei interessante nela a variação de sons e muita criatividade dos sintetizadores do trio Fletcher-Gore-Wilder. Aí vem o segundo clássico: Enjoy The Silence. Uma das músicas mais famosas do mundo, e regravada pelo Lacuna Coil. O que dizer? Sintetizadores perfeitos para a canção, a banda cantando em coro, e uma atmosfera cativante e calma. O clipe transmite bem isso, no qual vemos o vocalista Dave Gahan vestido de rei apreciando paisagens.

Em seguida, Policy Of Truth deixa tudo mais feliz com seus tecladinhos e seu refrão grudento, que formam um ritmo muito bom e fez muito sucesso, chegando a primeiro lugar na Billboard. Blue Dress segue o ritmo bem arrastado, com sonzinhos esquisitos, atmosfera negativista e mais uma participação vocal de Gore, combinando com alguma faixa de Black Celebration. Clean encerra o álbum, com elementos de Halo, porém mais leve. O único problema é que não fechou o álbum de forma empolgante como nos anteriores, mas essa passa. =)

Sinceramente, Violator é um álbum magnífico, que rompeu com tudo aquilo que estava em alta no “tradicional” synth-pop. Naquele ponto estava tudo tão saturado que uma banda copiava a outra em músicas tremendamente sem sal. Com este álbum, o Depeche criou clássicos que são regravados no mundo inteiro, sem contar com outros petardos da discografia. Violator é muito diferente dos álbuns anteriores, mas conseguiu juntar tudo aquilo que a banda fez de melhor nos álbuns passados, evitando as composições fracas e buscando sua própria identidade na música. Qualquer amante da boa música, trüe ou não, deve ter esse fantástico álbum na sua estante.

CURIOSIDADES:

– Na propaganda de Personal Jesus, Anton Corbjin teve a idéia de colocar em jornais regionais da Inglaterra a seguinte propaganda: “Seu próprio Jesus pessoal”. Aí havia um número junto que, quando discado, tocava a música pelo telefone. A tática funcionou tanto que o single alcançou o 13º lugar no UK Charts e e recebeu disco de ouro nos EUA. Genial, não?

– O clipe de Enjoy The Silence foi gravado em diversos países para haver variação nas paisagens. O vocalista deveria ficar vestido de rei por um longo tempo, andando e carregando uma cadeira. Mas Gahan desistiu e foi embora, sendo substituído por um dublê. Ninguém perceberia, já que o clipe raramente focava o rosto do vocalista. O Coldplay fez uma segunda versão do vídeo de Viva La Vida também vestido de rei e andando por aí como no clipe de Enjoy, como homenagem ao Depeche e a Corbjin.