De A-Ha a U2: os Bastidores das Entrevistas do Mundo da Música

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Mesmo que você não seja um assíduo telespectador, é bem capaz que já tenha ouvido falar de Zeca Camargo. Atual apresentador do Fantástico na Globo, ele também é conhecido pelos seus trabalhos na Folha de São Paulo, na TV Cultura e no comecinho da MTV brasileira (ele saiu em 1993 ou algo assim), quando este ainda era conhecido como um canal de música.

Lógico que, em suas empreitadas, Zeca já entrevistou e conviveu com diversos artistas musicais e, pensando nisso, ele escreveu este livro, que nada mais é do que uma compilação de comentários sobre entrevistas que realizou ao longo dos quase 20 anos de carreira no meio. Mas atenção, conforme eu já mencionei, essa NÃO é uma compilação das entrevistas em si, são apenas comentários pessoais sobre os entrevistados e observações de bastidores.

Se por um lado, o autor mostra que é uma pessoa antenada nos acontecimentos do mundo Pop (e somente nesse mundinho mesmo). Por outro, demonstra ignorância e até certo preconceito quando fala sobre determinadas bandas. O capítulo sobre o Metallica, por exemplo, chega a ser irritante com coisas como “trash metal” ainda ressoando na minha cabeça. E nem cheguei à parte onde ele conta sobre o Queensrÿche.

Caramba, o cara trabalhou em tantos veículos. Será que não aprendeu nada sobre música pesada nesses lugares? Mesmo não gostando de determinados gêneros, o mínimo que se espera é um pouco de respeito.

Também é meio chato ler coisas do tipo “5 músicas para te fazer dançar”, afinal de contas quando fazemos tais listas, elas são muito específicas para o gosto de cada um. Não se pode afirmar que todo leitor gosta do que ele menciona como “clássico”. Eu, por exemplo, não gostei de nenhuma das listas e olha que não sou uma pessoa difícil de agradar e, não, definitivamente não sou um cara bitolado apenas em Heavy Metal, gosto também de música Pop com qualidade.

O problema é que o gosto de Zeca Camargo é aquele típico das pessoas de meia idade que querem se achar “cool” e alternativas, mas que no fundo, você sabe que não entendem bulhufas e se limitam a ouvir apenas o que toca na rádios, o que também não tem nada de errado se levarmos em conta que o livro é voltado para um público mais “popular” e não eu ou você, delfonauta, que tem um senso crítico bem apurado para certas coisas que tentam nos jogar goela abaixo.

Mas o livro pode ser interessante, sim. Alguns encontros de Zeca são bem engraçados (Britney Spears e Avril Lavigne são impagáveis) e ele não poupa comentários irônicos sobre os artistas que detesta. Além do mais, tem várias curiosidades e revelações interessantes de bastidores, nada que o Corrales já não tenha escrito aqui também, mas é um charme a mais. O DELFOS sempre vai ser pioneiro nesse tipo de coisa mesmo.

Em suma, se você for um fã do jornalista ou de música Pop, esse pode ser um livro interessante, mais pela curiosidade do comportamento dos ídolos do que pelos comentários desnecessários do autor.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
de-a-ha-a-u2-os-bastidores-das-entrevistas-do-mundo-da-musicaAno: 2006<br> Autor: Zeca Camargo<br> Número de Páginas: 471<br> Editora: Globo<br>