Damien – O anticristo

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Cuidado! Este texto contém spoilers enviados por Satã! Se você é um dos infiéis que não assistiu à trilogia original, vade retro e volte depois que tiver corrigido este erro.

Damien nasceu em 6 de junho, às 6 horas da manhã, em Roma. Os médicos disseram que o bebê que Katherine Thorn carregava em seu ventre estava morto e o filme começa com essas frases: “Ele respirou por um momento. Não respira mais. A criança está morta”. Entretanto, havia um outro bebê que também nascera naquela hora. De acordo com um dos homens da maternidade, Deus tinha dado um bebê à família Thorn naquela noite, pois a mãe daquela criança morrera no parto e o menino que estava vivo não tinha parentes. Robert Thorn, o pai da finada criança, decidiu não falar do acontecido à mulher e ficar com o bebê abandonado. Mal sabia ele que sua decisão condenaria a sua família e todos os seus dias dali em diante.

Damien é o “garotinho” de seu pai, que não é Robert, mas o diabo em pessoa. Nascido do ventre de um leopardo (ou jackal na língua original), o menino é filho do cramulhão e, como tal, é o protegido de seu pai. No primeiro filme de A Profecia, é o pai que age, “onipresente” como o seu maior rival, muitas vezes por intermédio de pessoas malignas, como a terrível babá Mrs. Baylock ou cães ferozes da raça Rottweiller (eu acredito mesmo que essa raça veio do “demo”, porque nunca consegui ver um único traço de bondade nesses cães. Os criadores e afeiçoados que me perdoem, mas não gosto nem um pouco de Rottweillers e não pretendo gostar, pois eles sempre quiseram acabar comigo na primeira fungada). Voltando ao demo, ou melhor, ao filho dele, o Damien, no primeiro filme ele ainda é uma criança, mas já dá seus indícios de tremendão. Nessa fase, até poderia ser chamado de tremendinho, mas acho essa denominação um pouco efeminada para alguém tão maligno.

Sua primeira babá logo de cara se suicida por enforcamento, no dia da festa de aniversário de 5 anos do garoto, dizendo a todos os presentes, antes de se jogar com a corda no pescoço, que está fazendo aquilo por causa de Damien. O menino até se assusta um pouco, mas, com a chegada da substituta, a macabra Mrs. Baylock (que não foi nem contratada, mas enviada pelo Satã), Damien começa a ter suas primeiras lições demoníacas.

Quando Katherine, a quem ele ainda chama de mãe, fica grávida pela segunda vez, Damien corre com o seu triciclo pela casa no exato momento em que a gestante está em cima de uma pequena mesa, no mezanino da casa, ajeitando uma planta suspensa. Eis que o garoto bate na mesa, Katherine perde o equilíbrio e cai para fora do mezanino, mas consegue se agarrar no cercado, de onde ainda pede ajuda a Damien, que só a observa, já com feições perversas. Não suportando mais seu próprio peso, Katherine se solta do cercado e cai de barriga para baixo. Ainda que de maneira indireta, a morte do bebê pode ser considerada o primeiro assassinato com uma participação efetiva de Damien, pois até então ele era um mero observador das coisas ruins que envolviam a sua existência.

Ao final do primeiro filme, no enterro de seu pai “adotivo”, o garoto dá um sorriso sarcástico bem típico de seu papai verdadeiro e, assim, mesmo que inconscientemente, já dá mostras do que viria a se tornar alguns anos mais tarde, quando compreende quais são suas origens e se assume como o púbere diabólico.

O grande momento de A Profecia 2 é quando Damien vê os números 666 em seu couro cabeludo e finalmente entende os motivos de sua maldade. Depois de atacar um colega da escola militar, sem tocar no cara, afinal toque é coisa para humanos, Damien termina por matar, também com a força de seu pensamento demoníaco, a pessoa que mais amava até então, seu primo Mark. “Estou pedindo pela segunda vez, Mark. Fique comigo” diz o adolescente. Mas o primo já sabia quem era Damien e, qualquer um na situação dele, não teria concordado também, afinal, ser amigo da besta exige um certo sangue frio. Quando Mark diz que não pode apoiar o primo em sua ascensão diabólica, é morto em segundos. Damien não gostou do que fez, mas suas origens falaram mais alto e, já com diversos aliados adultos, enviados por seu pai, o garoto não tem como fugir do seu destino que é herdar tudo da família Thorn e erguer-se no lado negro da força, tal qual aquela história de um certo Anakin, passada há muito tempo, em uma galáxia muito distante.

Em A Profecia 3 – O Conflito Final, acontece justamente a ascensão do Império Thorn, onde Damien, agora um adulto de 32 anos, passa de herdeiro das indústrias Thorn, para embaixador dos Estados Unidos, na Grã- Bretanha. Ele agora não tem meros três ou quatro seguidores como anteriormente, mas um número bem maior de pessoas devotadas. Tem um exército. Tudo bem que ele continua obediente ao seu papi, mas como “príncipe das trevas” lidera as forças do mal na Terra.

É claro que, por ser o final da trilogia, a derrocada de Damien é só uma questão de tempo. E ela acontece mesmo. Um pouco antes disso, porém, o filho do demônio, “o desolado”, “o solitário”, nascido de um leopardo, cujos números 666 estão marcados em sua cabeça, tem o ápice de sua história de tremendão. Quando ordena o assassinato de todas as crianças nascidas na madrugada do dia 24 de Março, com medo do retorno de Cristo em uma delas (exatamente como fez Herodes, na história bíblica), Damien fala para uma multidão enorme e quase todas as suas frases começam com “Eu ordeno” e terminam com “Vocês estão me ouvindo?”. E a multidão o que responde? “Nós escutamos e obedecemos”. Isso é que é poder. Que me desculpe o Lorde Vader, mas Damien Thorn é a mais pura personificação do mal. Termino com uma votação pessoal para um filme que definitivamente eu gostaria de ver: Darth versus Damien.

Momento mais tremendão: Damien comandando centenas de pessoas para seguir suas ordens diabólicas.

Momento menos tremendão: Em uma distração besta, ou melhor, da besta, Damien é atingido pela única arma capaz de matá-lo, um dos 7 punhais de Megido. O vergonhoso é que quem o apunhala é uma jornalista meio quarentona e de aparência frágil.

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