Aceite Satã na sua vida com as outras matérias do nosso Especial 666:
– Resenha de The Number of the Beast, do Iron Maiden
– Resenha do livro Drácula
– Top 5: Jogos de Terror
– O meu filme de terror perfeito tem que ter…
– Top 5: As mortes mais legais do cinema
Leia também nosso Especial A Profecia para estar bem preparado quando o Damien chegar.
– Resenha de A Profecia – o remake
– Resenha de A Profecia – o filme original
– Resenha de A Profecia III – O Conflito Final
– Tremendões – Damien
– A Trilha Sonora de A Profecia
– Top 5: Mortes na Profecia
Quando surgiu a idéia para este especial A Profecia e cada delfiano pegou um filme da trilogia para resenhar, parei para pensar um pouco. E não é que eu não tinha absolutamente nenhuma memória deste Damien – A Profecia II? De fato, só me lembrava de algumas cenas do primeiro filme e da quarta parte (mas essa foi feita para a TV e nem tem o Damien, então não conta). Será que eu nunca havia assistido a esse filme e só pensava ter visto? Será que ele é tão assustador e por isso bloqueei qualquer memória a respeito da película? Ou será que ele é ruim mesmo e por isso foi obliterado da minha mente?
Bem, ao assistí-lo recentemente para escrever esta resenha, pude constatar que a primeira opção (achava ter assistido, mas me enganei) era a correta. No entanto, fiquei um pouco triste por não tê-lo visto pela primeira vez quando era mais novo. Digo isso porque, embora tenha gostado do filme (mas não chega aos pés do primeiro, que é muito tremendão), ele na verdade não me assustou nada. Pra ser bem sincero, nem o considero um filme de terror. Mas calma, vou me explicar depois. Antes, vamos à nossa tradicional sinopse.
O garotinho filho do demo Damien (há, sacou?) agora está com 13 anos e sob a guarda dos tios. E, como sempre, cercado de seguidores estrategicamente infiltrados para protegê-lo e outros que descobrem sua terrível história e fazem de tudo para matá-lo. E entre tudo isso, acidentes bizarros causados por alguma força demoníaca, cometidos contra aqueles que representam alguma ameaça ao garoto maldito.
No mais, é aqui onde o próprio Damien descobre suas origens. A princípio, ele fica realmente desesperado (confesso, fiquei com um pouco de pena do rebento infernal), mas logo supera e passa a gostar de sua condição. E se não bastasse isso, o canalhinha ainda desenvolve poderes paranormais.
Eu disse não considerar A Profecia II um filme de terror e explico o porquê. Muito simples, ele não dá medo. Não há mais a descoberta de quem Damien realmente é e de onde ele veio. Tudo isso foi coberto no primeiro filme e ajuda em muito na atmosfera aterrorizante da primeira produção. Neste segundo exemplar, já sabemos que ele é o filho do coisa-ruim, o anticristo em pessoa e tal. Então, a graça da película é apenas tentar descobrir quem vai morrer, se será numa situação tão bizarra quanto as da primeira parte e torcer para alguém desmascarar o pirralho de olhar penetrante.
Se a película não assusta em nada hoje em dia, no quesito “mortes” ainda funciona muito bem. Todos os assassinatos cometidos possivelmente pelo capeta em pessoa são brutais, mas não de uma forma gráfica, esfregando sangue e tripas na sua cara. Destaque para a morte do médico no elevador. A melhor do filme na minha opinião e quase tão boa quanto a morte do fotógrafo no filme de Richard Donner. E a trilha sonora macabra de Jerry Goldsmith continua excelente, criando um climão aterrador nas partes onde as forças além de nossa compreensão entram em ação (até rimou!). Esse sim é o verdadeiro poder de uma trilha num longa de horror e não dar um pico toda vez que um gato sai de trás de uma porta, como é feito em 99% dos terrores recentes nos EUA.
No mais, o filme deu uma boa envelhecida, principalmente por causa da cenografia e figurinos, mas se você conseguir não rir das roupas e cabelos típicos dos anos 70, então isso não atrapalha em nada. E trocar o cachorrão do primeiro A Profecia por um corvo também não foi uma boa idéia. Afinal, como um reles passarinho pode ser mais assustador que um cão do inferno cheio de dentes?
Mas sem dúvida o final compensa esses pormenores. Novamente o desfecho da saga de Damien surpreende por não ter um final feliz. Pra ser bem franco, duvido que um final assim seja feito nos filmes de terror de hoje em dia. Era uma época em que os cineastas e produtores não tinham medo de surpreender o público e até ir contra a opinião geral deles.
Assim, mesmo que o filme não faça você dar um único pulo em sua poltrona, ainda vale a pena assistí-lo pela diversão das mortes e para acompanhar mais um capítulo na trajetória ao poder de Damien. Damien – A Profecia II não é tremendão como o primeiro, mas ainda assim é um bom programa. Diversão de primeira.
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