Uma máxima da comédia diz: “Tudo que é ruim de viver é bom de contar”. Pois poucos jogos são mais punitivos e dão mais raiva do que Dark Souls Remastered. Não por acaso, apesar de ele ser bem leve no aspecto história, é um dos que mais rende historinhas divertidas e engraçadas relatando o que os jogadores viveram.
DARK SOULS E SEU HUMOR PECULIAR
Dark Souls é um jogo opressivo. Apesar de não ser de terror propriamente dito, você fica tenso durante quase toda a jogatina. Isso faz com que seus momentos mais peculiares acabem arrancando risadas. É como um bully que, por mais que você o odeie, às vezes solta alguma boa piada.
Quem não lembra, por exemplo, do tremendão Siegmeyer of Catarina e sua armadura que parece uma cebola?
Isso sem falar em coisas que talvez nem fossem para ser engraçadas, mas que são tão estranhas que não dá para não rir. É o caso quando você vê uma armadilha de um ângulo diferente, permitindo uma visão dos bastidores que acaba sendo um tanto ridícula.
Ou então aquelas mensagens colocadas por jogadores em lugares difíceis de alcançar, que fazem você pensar “como diabos o desgraçado chegou lá?”.
Eu ainda tenho muito jogo pela frente em Dark Souls Remastered, mas já vivi uma dessas situações de bullying tão absurdas que acabei rindo de mim mesmo.
UNDEAD BURG
Estava eu no Undead Burg, matando uns zumbis, pegando uns loots. Você sabe, cuidando da minha vida. Eu tinha dois caminhos na minha frente. Um deles tinha um aviso colocado por um jogador, que dizia que um cavaleiro poderoso estava à frente. O outro era uma escada. Estava com pouca vida (em Dark Souls, qualquer coisa abaixo de vida cheia é pouca vida), então após pensar por absolutamente nenhum segundo, escolhi a escada e comecei a subí-la.
É daí que olho para cima, e vejo um barril flamejante rolando escada abaixo. “Holy papagaio!”, exclamei, em uma versão censura livre do palavrão que soltei na realidade. Dei meia volta e comecei a descer a escada. Não deu tempo. Barril me pegou. Barril me matou. Tela de You Died. Controle jogado no gato. Gato grita. Gato levado ao veterinário. Enquanto esperava no veterinário pela operação feita no gato, procurava no celular por uma assistência técnica de controles de Xbox One. Sou processado por violência contra animais. Enfim, você imagina o resto. Fazer o quê? Admito, se eu estivesse assistindo um vídeo de outra pessoa jogando isso, teria sido engraçado.
DOIS CONTRA UM É COVARDIA
Depois de vencer o cavaleiro da screenshot acima, na Undead Parish, subi várias escadas. Estava me lembrando do cenário de quando joguei o Dark Souls original. Se continuasse subindo, teria que encarar dois chefes. Se seguisse para fora da paróquia, teria uma fogueira e o famoso ferreiro Andre. Melhor ir antes para a fogueira.
Lembro-me bem desta fogueira. É um dos pontos centrais do jogo, um bom lugar para usar o kindle, que aumenta a quantidade de Estus que eu posso carregar. Por sorte, eu estava com duas humanidades, como você pode ver pelo número dois ao lado da minha barra de vida na foto acima. Exatamente o necessário. Eu poderia restaurar minha humanidade, usar o kindle na fogueira e aproveitar a humanidade para alistar uma ajudinha para lutar contra as duas gárgulas.
Parecia perfeito. Pois é, você já sabe que não vai ser perfeito, ou esta história não estaria aqui. No caminho para o telhado onde acontece a luta, encontrei vários sinais de jogadores oferecendo ajuda. Chamei dois deles e, para minha surpresa, não rolou mensagem de erro.
Era hora da luta. Estava confiante. A primeira gárgula apareceu. Em questão de segundos, ela estava com apenas 20% de vida, e a segunda gárgula ainda nem tinha aparecido. Promissor. Foi daí que eu levei um doloroso golpe, que me derrubou e tirou boa parte da minha vida.
Aqui cabe um interlúdio para quem nunca jogou o coop de Dark Souls. Aconteça o que acontecer, o host não pode morrer, ou todo mundo perde o jogo. Assim, quando você é o host, como era o meu caso aqui, o ideal é não se arriscar muito. /fim do interlúdio
Com isso em mente, martelei o botão de esquiva para rolar para longe do monstro e conseguir alguns segundos para beber o Estus e me recuperar. Porém, eu apertei o botão de esquiva muitas vezes, e… meu personagem caiu do telhado. Eu morri.
Estávamos ganhando a luta com facilidade, e minha burrice custou a partida para todo mundo. Imagino que meus coleguinhas devem ter me xingado até não poder mais. Da minha parte, você já sabe… Tela de You Died. Controle jogado no gato. Gato grita. Gato levado ao veterinário. Enquanto esperava no veterinário pela operação feita no gato, procurava no celular por uma assistência técnica de controles de Xbox One. Sou processado por violência contra animais. Enfim, você imagina o resto.
Obviamente, nunca mais vi meus coleguinhas. Depois disso, uma galinha preta morta apareceu na porta da minha casa, mas não acho que as coisas estejam relacionadas. Eventualmente, as coisas teriam um final feliz, pelo menos para mim. Após usar algumas humanidades, eu e dois outros coleguinhas matamos as gárgulas e eu consegui tocar o sino que é o primeiro grande objetivo do jogo.
E DARK SOULS REMASTERED CONTINUA…
Com o sino tocado, eu podia me concentrar em explorar a próxima região: Darkroot Garden, o primeiro cenário encontrado no jogo que é bastante diferente do que veio antes.
A aventura continua, mas esta crônica termina por aqui. Como sempre, agora é sua vez. Conte pra gente uma historinha peculiar vivida por você em qualquer Dark Souls. Quero ter certeza que outras pessoas também morrem de formas tão imbecis quanto eu.