O Corvo surgiu nos quadrinhos, mas provavelmente ficou mais famoso pelo que aconteceu durante a produção do filme homônimo de 1994. O ator principal, Brandon Lee, filho de Bruce Lee, foi baleado acidentalmente com uma bala de verdade e morreu. O filme foi lançado mesmo assim, mas todo mundo só assistia pela curiosidade causada por esta história trágica. Ele ganhou três continuações, mas todas elas com personagens e atores diferentes.
Agora, em 2024, um novo reboot da história chega aos cinemas, estrelado por aquele menino que lutou Contra o Mundo. Embora a tragédia da vida real que aconteceu na gravação do filme de 1994 não seja citada nem referenciada aqui, é inegável que esta provavelmente é a coisa mais interessante relacionada a O Corvo.
CRÍTICA O CORVO
O protagonista aqui namora uma mina com um passado sombrio. Quando o passado, e seu ex-chefe, a encontram, ela e o namorado são brutalmente assassinados. Um sujeito no Limbo faz, então, a proposta: mate eles. Todos eles. E ela volta para você. E assim nasce O Corvo, um super-herói gótico com um invejável fator de cura.
O roteiro é muito básico, não empolga e mal entretém. Assim como a Jornada do Herói, é uma história batida, que é constantemente escrita e reescrita na cultura pop. Se você pegar qualquer filme sobre vingança, provavelmente ele terá uma sinopse muito parecida com este, especialmente se tiver um quê sobrenatural.
Uma história recontada pode ser boa, no entanto. Mas para isso precisa de muito talento, o que não rola aqui. O Corvo de 2024 parece um longa feito por todos apenas para pagar as contas e agradar ao produtor que comprou a licença. Pouco ou nada aqui se destaca ou é realmente especial.
NARRATIVA LENTA
O Corvo tem menos de duas horas, e mesmo assim é notável como as coisas demoram a acontecer. O assassinato que dá início à história toda, por exemplo, demora tanto que cheguei a pensar que não ia rolar. Daí tem uma boa parte da história, que inclui quase todas as cenas de ação, em que o herói sequer aparece devidamente paramentado como O Corvo. Você sabe, com aquela maquiagem de panda que alguns chamam de corpse paint.
Isso só vai acontecer no clímax, e a cena de luta durante a ópera é realmente legal. A montagem contrastando a violência extrema com a música e os atores no palco realmente ficou bonita e impressionante. Eu cheguei até a aumentar a nota desta resenha só por causa desta cena.
Embora a cena seja relativamente longa, ela é apenas um pedaço do longa, e apesar de ser o clímax, nem é o final, já que depois ainda tem o encontro do herói com o vilão – o que não é uma luta ou cena de ação. E daí o filme volta a ser arrastado e sem inspiração, lembrando porque passei boa parte da projeção entediado depois de um pequeno flash de inspiração.
O CORVO ESTÁ MORTO
Acho muito difícil que O Corvo de 2024 realmente dê à luz uma ressurreição da franquia, ou mesmo que seja lembrado com mais afinco do que a morte de Brandon Lee. Para você ter uma ideia, eu gostei mais de Borderlands, e juro que não estou exagerando apenas para passar meu ponto. As duas críticas que você pode ler aqui no DELFOS estão aí para não me deixar mentir.