Ligação Sombria tem muito de Colateral. Na verdade, para ser perfeitamente claro, o que temos aqui é um Colateral um tanto piorado, mas ainda bom. E quem diria, apresenta talvez a primeira vez que eu gostei bastante de uma atuação do Nicolas Cage.
CRÍTICA LIGAÇÃO SOMBRIA
Esta é a história de David, um pai de família cuja esposa está a ponto de parir um novo rebento. O filme começa com ele a caminho do hospital, mas ao chegar lá, antes que tivesse oportunidade de estacionar, o Nicolas Cage entra no carro e fala “sai dirigindo”.
Esta é a temática que parece com Colateral. Porém, ao contrário do filme de Michael Mann, em que o motorista é um efeito colateral, aqui o David é o objetivo do criminoso. O que o Nicolau Gaiola quer? E por que ele escolheu o David? Ao longo de 90 minutos, nós vamos descobrir.
CLAUSTROFÓBICO
Ligação Sombria é de um estilo que eu gosto de definir como claustrofóbico. Quase toda a ação acontece dentro do carro, e o protagonista está preso lá, à mercê de um criminoso cujas intenções não conhecemos. Eu digo que esta é a melhor forma de criar suspense ou terror realmente tenso.
Neste aspecto, as atuações ajudam bastante, especialmente a de Nicolas Cage, que está tão psicopata que chega a dar medo. Parece um tipo de trabalho em que o ator se entregou completamente, sem medo de ser ridículo, e trouxe resultados bem dignos à obra.
SIMPATIA PELO DIABO
Ligação Sombria é um filme bem curto e intenso, que não joga seu tempo fora. A tensão é a melhor parte, mas é claro que em um filme que faz mistério sobre as intenções do criminoso, isso acaba ganhando um enorme peso na satisfação final. E é aí que ele desaba.
O final e a explicação são realmente óbvios, a ponto de que saí do cinema decepcionado, mesmo tendo gostado da maior parte do longa. Ligação Sombria é um bom filme, mas acaba ruindo em meio a suas ambições. Vale a pena, mas não espere que mude sua vida.
