Pesquisinha rápida: quem aqui já lia o DELFOS quando publicamos a resenha de Separados pelo Casamento? Se você respondeu que sim, me adiciona no Facebook que eu quero ser seu amigo. E, se você lembra do texto em questão, deve se lembrar que o “clássico” estrelado por sir Vince Vaughnlady Jennifer Aniston é um dos piores longas que eu cobri por aqui. Então quem está interessado em uma versão nacional dele? Certamente não eu. Mas como a vida é cheia de armadilhas, cá estou escrevendo a crítica Juntos e Enrolados.

CRÍTICA JUNTOS E ENROLADOS

Crítica Juntos e Enrolados, Juntos e Enrolados, Rafael Portugal, Cacau Protásio, Evelyn Castro, Delfos, Imagem FilmesAqui conhecemos o casal formado por Júlio (Rafael Portugal) e Daiane (Cacau Protásio). Depois de se casarem no civil, eles começam a juntar dinheiro para a festança de casamento dos seus sonhos. Um bom tempo depois, o grande dia chega. Mas a vida é uma amante cruel, e o casal termina o relacionamento pouco antes das festividades começarem.

Diante de todo o dinheiro gasto, acabam resolvendo curtir a balada, agora uma “festa do divórcio”. E eles passam, literalmente de uma cena para outra, de ir do “ele/a é a pessoa da minha vida” para inimigos mortais, fazendo de tudo para machucar um ao outro.

Juntos e Enrolados é uma comédia, mas seu foco é exatamente em um dos tipos que menos me agradam: o humor negro. Eu costumo me colocar no lugar dos personagens, e ver protagonistas e NPCs sofrendo não é minha ideia de diversão. Pelo menos não em comédia. Se fosse um drama ou um terror, legal, mas em uma comédia eu quero me divertir, e não é este o efeito que humor negro tem em mim.

JÚLIO S2 DAIANE

A gente é desde a mais tenra infância treinado a considerar que o casamento é o final feliz. Que a separação de um casal nunca vem para o bem. Na vida adulta, todo mundo sabe que isso não é verdade. Tem muita gente casada que não se gosta mais, e para quem o divórcio seria verdadeiramente um final feliz. Não é o caso de Júlio e Daiane, que se separam por um desentendimento e logo em seguida começam a se atacar pela jugular. Não, isso não me agrada, delfonauta. Assim como já não me agradou em Separados Pelo Casamento, que até hoje considero um dos piores filmes a que já assisti.

Eu até tenho alguns elogios para fazer a Juntos e Enrolados. Mas nenhum deles me permite recomendá-lo. Por exemplo, as atuações até estão boas, o que é raríssimo vermos em um filme nacional – em especial um bancado pela emissora do plimplim, como é o caso aqui.

Crítica Juntos e Enrolados, Juntos e Enrolados, Rafael Portugal, Cacau Protásio, Evelyn Castro, Delfos, Imagem Filmes

Outro elogio? É ótimo ver um filme não-independente protagonizado por alguém como a Cacau Protásio. Pessoas com a aparência dela não costumam ter espaço no cinema, na cultura pop ou mesmo na sociedade como um todo. E vermos histórias com protagonistas como ela é parte importante para evoluirmos além disso.

E é isso. Tirando estes dois pequenos pontos, não há mais nada que possa falar aqui para redimir Juntos e Enrolados. Talvez você goste de humor negro, o que o tornaria imediatamente mais palatável. Mas eu sinceramente duvido que alguém se lembre dele no futuro como um bom filme. Eu quero a manhã que passei no cinema de volta, mas como isso é impossível, pelo menos espero que este texto o impeça de jogar uma tarde no lixo.