Ser pai é uma coisa mágica. Assistir a um filme com nossos pimpolhos faz com que a gente goste de algo bobinho e clichê, desde que a criança tenha se divertido. Foi o caso comigo e Harold e o Lápis Mágico.

Este é o primeiro filme em live-action de Carlos Saldanha, que você conhece como diretor de Era do GeloRio. É baseado em um livro infantil desconhecido no Brasil chamado Harold and the Purple Crayon, mas não se limita a adaptar o livro. Na verdade, os primeiros minutos do filme são, sim, uma adaptação direta do livro. Mas a história continua.

HAROLD E O LÁPIS MÁGICO

Harold, que no conto original era uma criança, cresce, mas mantém os poderes mágicos e os amigos. Um dia, ele faz aquela pergunta que todos fazemos um dia “quem me desenhou?”. A diferença é que ele recebe uma resposta. E seu desenhista fala que mora no mundo real. Harold resolve, então, usar seu lápis mágico (que na verdade é um giz de cera) para desenhar uma porta para o mundo real. E lá vai ele, atrás de seu criador.

Harold e o Lápis Mágico, Carlos Saldanha, Zachary Levy, Delfos

Eu gostei bastante dessa proposta. Quando vi que o livro original era infantil e, portanto, bem curtinho, imaginei que seria difícil adaptar num longa metragem sem ficar chato. Mas como é uma nova história que se passa depois do livro, até que mandaram bem neste aspecto, embora não seja especialmente criativo.

A COISA MAIS VALIOSA DO MUNDO: CERA

Temos aqui um filme sobre a magia da imaginação, e como é importante acreditar, criar, desenhar, enfim… se expressar de alguma forma. Eu sempre fui alguém criativo, mas sinto que minha imaginação foi resgatada nos últimos anos, ao brincar com minha pequena. Assim, o filme falou comigo. E falou com a pequena também, que quis até tirar uma foto com o diretor depois do filme (Carlos Saldanha estava na sessão).

Harold e o Lápis Mágico, Carlos Saldanha, Zachary Levy, Delfos
O poder da imaginação.

É um longa bonitinho, com uma temática agradável. Dito isso, é também uma história que você provavelmente já viu muitas vezes. É bem claro, por exemplo, quem vai ser o vilão, desde a primeira vez que ele aparece. E todos os pontos óbvios, como a partezinha triste obrigatória, acontecem exatamente quando e onde você espera.

Assim, não é exatamente um passeio que eu recomendaria para cinéfilos ou quem quer ver um filme realmente criativo. Para crianças pequenas, no entanto, como aquelas que estão neste momento aprendendo o poder da imaginação, pode ser mágico. Como a própria imaginação.