Crítica: Cinderela e o Príncipe Secreto é para pituquinhos

Cinderela e o Príncipe Secreto é mais uma reinterpretação da história da Cinderela. Aqui pelo menos não contaram a mesma coisa de sempre trocando os personagens por bichinhos ou algo do tipo.

UM NOBRE RATINHO

Tudo começa exatamente como se espera. Cinderela mora com a madrasta e as filhas dela e passa seu tempo fazendo serviços de casa. Daí o príncipe anuncia um baile onde vai escolher sua esposa e todas as meninas ficam em polvorosa. É aí que as semelhanças acabam, pois a Cinderela de hoje não perde o sapatinho.

Ela é amiga de três ratinhos, e papo vai, papo vem, a galera acaba descobrindo que um dos ratinhos é o príncipe do reino, transformado em um roedor como parte de um golpe da atual rainha. Bora ir atrás de uma forma de anular o feitiço? Bora!

CINDERELA E O PRÍNCIPE SECRETO

Apesar do claro baixo orçamento, Cinderela e o Príncipe Secreto não é uma animação desprovida de charme. Os ratinhos são bem simpáticos e o humor bobinho consegue arrancar alguns sorrisos. Dito isso, é tudo claramente pensado para pituquinhos. A história sem novidades passa por todos os pontos que você espera, e eu não julgaria um adulto que resolvesse aproveitar a projeção para tirar um cochilo.

Além disso, parece que a turminha que produziu o filme não tem muita experiência. Afinal, há aqui erros crassos, como quebra de eixo ou mesmo problemas de escala (personagens que são mais altos que outros em um momento e mais baixos em outros). Não é algo que todos vão perceber, mas adultos de olhos mais atentos estão fadados a se incomodar com essas coisas.

Pelo menos a dublagem é bacana, bem como a tradução, que faz um bom trabalho adaptando as piadas. É pouco para os olhos exigentes de um adulto nerd, verdade. Porém, me parece o tipo de filme que agradaria bastante aos pimpolhos.

Afinal, trata-se de uma história que parte de um ponto conhecido (o que a garotada adora), e segue por um caminho diferente. As crianças não querem saber de coisas como quebra de eixo ou clichês narrativos. Sendo bonitinho e divertidinho, já tá valendo. Assim, Cinderela e o Príncipe Secreto até é um filme que eu mostraria para as crianças da família, mas não o assistiria de novo por vontade própria.