Algumas vezes eu volto de uma cabine e fico estupefato ao constatar algo sobre o filme. Aconteceu isso, por exemplo, quando eu vi o título nacional de The Great Buck Howard. Hoje, rolou de novo quando eu vi o pôster aí do lado. Pelamordetutatis, isso parece saído de um Todo Mundo em Pânico da vida. Não é possível que alguém tenha considerado levar a ideia dessa foto a sério…
Seja como for, Criação tem como proposta mostrar os bastidores do clássico A Origem das Espécies, o famoso livro de Charles Darwin que “matou” Deus. Aqui conhecemos o cientista já durante a redação do livro. Ele é um ser fraco e doente, assombrado por dilemas religiosos e por sua filha morta. Sim, você leu certo. Darwin não tem bolas para terminar o livro pois tem medo de ir para o Inferno. Eu não sei quão real é essa história, mas o que temos no filme é patético.
A impressão que dá é que o objetivo do longa é mostrar que, embora Darwin seja constantemente tido por religiosos como um sujeito malvado e como o inimigo, ele não era tão mal assim. Ele só inventou a teoria da evolução porque a sua filha morreu e isso fez com que ele perdesse a fé. Ora, faça-me o favor, por Belenos!
Criação até tinha potencial. Poderia ter altas discussões do barulho, mostrar os argumentos dos Darwinistas e dos criacionistas ou mesmo mostrar as pesquisas de Charles que levaram à teoria. Ao invés disso, temos aqui um dramalhão clichezento que não apresenta nada de novo e ainda parece ter sido dirigido pelo Mel Gibson, tamanha sua carolice. Aliás, eles fazem questão de terminar o filme dizendo que Darwin foi enterrado com honras cristãs. Puxa, minha vida mudou depois de saber disso. Em outras palavras, não é nem um pouco recomendável. Fuja como o Mel Gibson foge de judeus.
Curiosidades:
– Tio_Zé, não me decepcione! Esse assunto rende mais uma longuíssima discussão sua nos comentários com o Bruce e/ou o Edmilson. Estamos todos aguardando! ^^