O Aviador

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O Aviador, o novo filme dirigido por Martin Scorsese, estréia no Brasil no próximo dia 11 de fevereiro rodeado de muita expectativa, justificada pelos três Globos de Ouro que abocanhou – melhor filme de drama, melhor ator de drama (Leonardo DiCaprio) e melhor trilha sonora (Howard Shore, de O Senhor dos Anéis). Quem acompanha o DELFOS sabe das minhas desconfianças com filmes muito premiados e que fazem disso o tema de sua divulgação (você não sabe? Clique aqui e descubra).

Cinebiografia do bilionário Howard Hughes (Leonardo DiCaprio), O Aviador desperta uma imensa curiosidade, ao menos em mim. Com tantos personagens interessantes na história de nosso mundo (vide Alexandre, por que escolher um homem de negócios para retratar? Sim, porque Howard Hughes é apenas isso. Pelo que mostra no filme, ele herdou uma interminável fortuna do papai e, como não gostava do ramo de atuação da família, decidiu investir esse dinheiro na arte de fazer filmes e no desenvolvimento de avançados aviões.

O filme começa bem, mostrando Howard em sua empreitada para fazer seu primeiro filme, Hell’s Angels. Acompanhamos Hughes em todas suas dificuldades e já vemos que ele era um cara que não poupava esforços para fazer as coisas perfeitas – o que é louvável. Com isso, Hell’s Angels se torna o filme mais caro da história na época (estamos no final dos anos 20) e o personagem de DiCaprio ganha fama e começa a sair com algumas das mulheres mais bonitas da época, interpretadas por beldades da nossa época, como Kate Beckinsale, por exemplo. E assim, o filme passa, mostrando Howard passando de um investimento para outro (variando entre filmes e aviões) e se afundando cada vez mais em dívidas, mas sempre conseguindo sair ileso, dada sua determinação e, é claro, o dinheirinho interminável do papai.

O filme beira as 3 horas de duração, ou seja, é grande. Mas ao contrário de outros filmes longos como O Senhor dos Anéis, que passam voando, O Aviador se arrasta durante boa parte do tempo. E o pior, a quantidade de cenas completamente sem importância para a história presentes no filme é absurda. Dava para deixar o filme com duas horas fácil e ele, sem dúvida seria melhor. E termina ainda de uma forma ridícula, levando o público a achar que vai acontecer algo importante, mas cortando a cena antes que aconteça.

Claro, o filme tem suas qualidades. As cenas de aviação (que são muito poucas para um filme com esse nome) são fantásticas. Fico imaginando como deve ser divertido pilotar um avião e sair voando por aí. A trilha sonora também é fenomenal, se bem que não sei dizer muito bem o que o Howard Shore fez nela, já que esta varia entre músicas clássicas conhecidas e músicas dos anos 20, 30 e 40, ou seja, ele possivelmente só conduziu a orquestra, não compôs as músicas. Ou pelo menos a maior parte delas.

Recomendo esse filme para as garotas que se apaixonaram por DiCaprio quando ele fez Titanic, já que aqui ele aparece pelado em várias cenas. Tirando elas, creio que fãs do Martin Scorsese ou de aviação devem se divertir também. Para o resto das pessoas, infelizmente, pouco se aproveita, já que a maior parte de nós não se preocupa, nem se importa com a vida de um homem de negócios que viveu há meio século. Eu, pelo menos, prefiro aprender mais sobre a cultura grega e egípcia. Essas sim, muito mais importantes para a humanidade.

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