O desabrochar sexual de um jovem é um tema que já rendeu inúmeros filmes. Então não custa nada termos mais um longa a tratar disso. E este, no caso Club Sandwich, é bem bacaninha e com uma pegada mais leve e humorística.
Paloma e Héctor são mãe e filho passando férias fora de temporada em um hotel. Por conta disso, o lugar está deserto, o que por si só já seria bem legal (além de um tanto assustador). Os dois são bastante unidos e companheiros, mas Héctor está entrando naquela fase de fazer crescer pelos nas mãos.
Até aí tudo normal. Contudo, a chegada de uma nova hóspede adolescente, Jazmín, vai engrossar o caldo. Ela também está com os hormônios em ebulição e o fato de ela estar a fim de Héctor vai fazer com que os dois queiram passar algum tempo juntos, se é que você me entende.
Esse é aquele típico filme pequeno e bem feito, que consegue tratar de temas sérios com leveza e naturalidade, sem falar de muito bom humor. Como nas hilárias cenas em que a mãe, às vezes não intencionalmente, outras de forma bastante deliberada, trunca o meio de campo, mandando cruéis cockblocks pra cima de seu próprio rebento.
Por sua vez, é bastante sensível o modo como ela percebe de cara que sua relação com Héctor acaba de mudar e nunca mais será a mesma, batendo aquele medo de que ela perdeu o filho para o sexo oposto e não há mais o que fazer, a não ser aceitar e ter “a conversa” com ele.
No mais, o ritmo é mais lento, porém o longa é tão curto que isso nem faz diferença, os diálogos lacônicos e travados entre os personagens refletem bem essa fase tão complicada e meio constrangedora da vida e os atores defendem bem seus personagens.
Club Sandwich tem a maior cara de filme indie, com apenas uma locação, elenco reduzido e pouco dinheiro. Mas cumpre bem sua proposta entregando um bom entretenimento que trata bem um tema já batido, transformando-o num recomendável programa para quem curte produções fora do padrão mainstream. Se é o seu caso, vale uma sessão.