Na época estranha na qual as pessoas compravam CDs, era comum saírem coletâneas com os sucessos de um artista acrescidos de uma ou duas faixas inéditas. Era uma forma de fazer as pessoas gastarem dinheiro em músicas que já tinham para comprar uma nova. Castlevania Dominus faz algo semelhante, mas isso serve apenas para tornar esta coletânea mais especial.

CASTLEVANIA DOMINUS

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O prato principal de Castlevania Dominus tem três ingredientes: os três games da série lançados para Nintendo DS. São eles Dawn of Sorrow, de 2005; Portrait of Ruin, de 2006; e Order of Ecclesia, de 2008. Talvez eles não sejam tão queridos ou exaltados como os de Gameboy Advance, que estão na coletânea Castlevania Advance Collection. Mas são jogos também muito queridos, a ponto de que é difícil ver uma discussão que coloca um ponto final em qual deles é melhor.

O curioso é que dois deles continuam jogos anteriores. Dawn of Sorrow continua Aria of Sorrow, de Gameboy Advance. Já Portrait of Ruin continua, veja só, Castlevania Bloodlines, do Mega Drive. Order of Ecclesia é o único que conta uma história autocontida.

TRÊS METROIDVANIAS DIFERENTES

O bacana é que estes jogos nasceram em uma época em que metroidvanias tentavam coisas diferentes. Todos eles pegam como ponto de partida o Symphony of the Night, misturando exploração com RPG. Mesmo assim, são bem diferentes. Dawn of Sorrow talvez seja o mais comum, embora arrisque algumas brincadeiras com a touch screen do DS. Portrait of Ruin traz dois personagens jogáveis. Order of Ecclesia, por outro lado, é um metroidvania diferente, com fases independentes escolhidas em um mapa.

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Use a Stylus pra desenhar. Virge, meu Xbox não veio com Stylus!

O fato de serem jogos de DS talvez seja o mais importante neste relançamento. Isso porque devido às duas telas e à touch screen, o DS ainda é o videogame mais apropriado para jogar seus jogos.

DO DS PARA O XBOX

É legal ver as adaptações feitas. Em qualquer jogo, você pode controlar um cursor na tela com a alavanca direita, que dubla de Stylus. Alternativamente, é possível usar touch screen e mouse nas plataformas que suportam isso. Felizmente, tirando Dawn of Sorrow, a Stylus é pouco usada aqui. Mas as duas telas… ah, isso carecia de uma mexida.

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Castlevania Dominus resolveu isso dando várias opções. O padrão é o que você vê acima. A segunda tela, o mapa, aparece no canto da tela o tempo todo, menorzinho. Tem também a opção de uma terceira tela que mostra estatísticas, equipamentos e dados dos inimigos. Dá para editar, mudar o tamanho ou eliminar totalmente a terceira tela. Uma coisa que infelizmente não dá para fazer é jogar com a tela principal ocupando toda a TV e acessar o mapa pelo menu.

É curioso que não tenham dado esta opção, pois seria bem vinda, e sempre foi assim que jogamos metroidvanias em sistemas com tela única. Por outro lado, se você estiver jogando na sua TV ou mesmo no monitor do computador, muito provavelmente cada uma das telas vai ficar bem maior do que elas eram originalmente no DS.

A FAIXA BÔNUS: HAUNTED CASTLE

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Haunted Castle, o original.

Haunted Castle é um arcade de 1987 que reimaginava o primeiro Castlevania, do Nintendinho, para os fliperamas. Ele está incluído neste pacote também, o que já é legal. Mas ainda mais legal é que uma nova reimaginação foi feita.

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Haunted Castle Revisited.

Haunted Castle Revisited é uma reimaginação da reimaginação, lançada exclusivamente nesta coletânea. Ele pega muito do jogo de fliperama, mas não mantém exatamente o mesmo level design, inimigos e desafios. É um jogo mais ou menos novo, baseado naquele antigo.

HAUNTED CASTLE REVISITED

Haunted Castle Revisited traz um visual em widescreen e opções de dificuldade. Coisas de emulador que funcionam nos outros jogos, como rewind ou save state, não estão disponíveis. O jogo dura menos de uma hora, no entanto, e é possível reiniciar de qualquer fase pela qual você já tenha passado.

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Em comparação com os metroidvaniasHaunted Castle Revisited parece bem datado. E não digo isso pelo visual ou pelas fases lineares. O principal problema é que os controles não foram atualizados. O personagem é durão, com pulo sem muito controle e, claro, ele pula para trás quando atingido. Ainda assim, é um brinde muito legal para este pacote. Poucas pessoas comprariam Haunted Castle Revisited hoje em dia, mas muita gente quer jogar de novo os Castlevanias de DS, e este é um ótimo brinde para vir junto.

Eu não diria que vale comprar a coletânea, que não é exatamente barata, só para jogar este. Mas se você tem memórias afetivas dos Castlevanias de DS, mas não tem mais ou não tem vontade de usar o portátil antigo, Castlevania Dominus é uma excelente opção.