Muitos desenhos com animais foram feitos na história da sétima arte. Porém, eu não me lembro de nenhum que mantivesse os animais como animais, sem humanizá-los visualmente. E este é o principal atrativo de Caminhando com Dinossauros.
Aqui acompanhamos uma manada de dinossauros ao longo de vários anos e migrações, onde eles se envolvem em altas aventuras contra predadores ou a própria implacável natureza. O personagem principal é Patchi, menor e mais fraco do que a maioria de seus colegas, especialmente do que seu irmão. É através do ponto de vista dele e do pássaro Alex que todos os perigos serão contados.
A história é bem básica, com uma visível participação do popular Steve Screenwriter, então o que o destaca mesmo é a opção de seguir uma animação mais realista e menos cartunesca.
Os bichos não se movimentam como seres humanos, não sorriem ou falam mexendo a boca. Eles falam, mas a dublagem é semelhante à dublagem de documentários. Você sabe, aqueles que dá para ouvir a voz original baixinha por baixo da dublagem? É por aí. Você ouve os grunhidos e demais barulhos feitos pelos personagens por baixo das vozes em português. A impressão que dá é que alguém filmou um bando de dinossauros em seu habitat natural e colocou vozes em cima para formar uma historinha para crianças.
Isso, somado a cenários tão absurdamente realistas que eu sinceramente não sei se foram filmados ou criados por computador, dá ao longa uma cara de National Geographic ou daqueles documentários sobre a vida selvagem feitos para Imax. E isso é legal, porque separa Caminhando com Dinossauros da Pixar e da maioria das animações produzidas nos últimos anos.
Tudo tem um clima mais educativo do que de entretenimento, inclusive com uma narração que fala características de vários tipos de dinossauros. Como um dino-entusiasta desde criança, estes aspectos muito me agradaram e, se eu tivesse um pimpolho, com certeza o levaria para assistir.
Porém, a história e toda a narrativa são bem batidas e pouco interessantes, o que vai fatalmente fazer muitos papais dormirem no cinema enquanto os pequerrutchos se divertem. Mas até aí, Caminhando com Dinossauros não esconde o fato de que é uma obra feita pensando nas mini-pessoas mesmo. E, neste aspecto, ele se dá bem.
Assim, temos aqui um daqueles longas recomendados para levar seus mini-mes. Se você ainda não tem uma miniatura para chamar de sua, no entanto, seu dinheiro será melhor gasto em outros lugares. Tipo fazendo uma doação para o DELFOS. Já viu aquele botão lá do lado direito? =D