Beijos e Tiros

Atualmente estou gostando principalmente de coisas que não se levam a sério. Estou ouvindo muito Hard Rock, sentindo vontade de rever os antigos filmes do Schwarzenegger (até comprei o DVD de Exterminador do Futuro 2) e por aí vai.

Justamente por isso, é sempre um prazer ver filmes que, se não são exatamente comédias, tiram sarro de si mesmos e transformam justamente essa despretensão em seu maior atrativo. Como você já deve ter deduzido, Beijos e Tiros é exatamente assim. Se formos classificá-lo, teríamos que colocá-lo em algo como um noir pós-moderno com traços de humor (eu odeio quem usa a palavra pós-moderno quando está falando sério). Pois é, ele é um filme de detetive com todas as características do gênero. Tem até a narração em off, feita pelo personagem principal (Robert Downey Jr.). E até essa narração tira sarro dela mesma e do próprio filme. Em vários momentos, o cara critica a cena que acabou de passar ou mesmo os famosos clichês hollywoodianos.

Durante toda a sua projeção, me lembrou de Be Cool. Não sei se exatamente por seus traços de comédia, mas talvez pela metalinguagem e por ambos tirarem sarro do cinemão estadunidense. Em uma cena próxima ao fim de Beijos e Tiros, o narrador faz uma piada com personagens que morrem, que é assaz engraçada. Fique ligado nas pessoas que entram na sala.

Mas talvez o que me lembrou Be Cool mesmo foi o fato de, embora divertido, Beijos e Tiros não é daqueles que fica na memória ou que você quer ver repetidas vezes. Não chega a ser um filme nada, mas você assiste, se diverte, vai para casa e dificilmente pensa nele nos dias seguintes. Mas, para quem quer apenas uma diversão descompromissada, esta é uma boa opção.

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